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O uso de proteína com intuito de aumento de massa magra, no tratamento da sarcopenia (perda de massa muscular comum no envelhecimento) ou como aporte nutricional dentro de uma dieta específica vem ganhando cada vez mais adeptos. Produtos a base de proteínas são facilmente encontrados em lojas especializadas além de serem prescritos para manipulação seja de forma isolada, como associado a outros suplementos ou nutrientes. Há diversos tipos de proteínas tanto de origem vegetal quanto animal disponíveis no mercado magistral. Essa diversidade gera comparações e confusões por parte dos pacientes e esse material pode auxiliá-lo com algumas dessas dúvidas.

Escolha da proteína de acordo com a restrição alimentar

As proteínas podem ser extraídas de duas fontes: animal ou vegetal. No Brasil, as proteínas de fonte animal mais consumidas como suplementos é o whey protein (derivado do soro do leite) seguida da proteína da carne. Já as proteínas de fonte vegetal mais encontradas são da soja, arroz, trigo, ervilha e batata. No caso de restrições alimentares, uma pessoa vegana irá optar pelas proteínas de origem vegetal, assim como um paciente com alergia a proteína do leite ou intolerante a lactose irá optar pela proteína da carne ou a proteína vegetal.

Vale lembrar que a expressão “whey vegano” é um erro porque whey na tradução literal significa soro do leite (de vaca) e por ser extraído de um animal não pode ser considerado vegano. Porém é comum o público leigo referir-se ao whey vegano como as proteínas de origem vegetal.

Escolha da proteína de acordo com a digestibilidade

De forma geral, as proteínas animais, incluindo o próprio leite, ovos e carne, são altamente digeríveis (> 90%). Do contrário, as proteínas de origem vegetais sofrem com compostos presentes no próprio alimento que interferem retardando a digestão e absorção das proteínas disponíveis. Seus valores de digestibilidade variam de 45 a 80%. Porém, através de técnicas industriais de purificação e isolamento é possível retirar esses fatores que interferem no seu desempenho, tornando ao final, uma proteína com uma digestibilidade semelhante as de origem animal.

Escolha da proteína de acordo com o perfil de aminoácidos

Sabemos que uma proteína nada mais é do que a junção de várias moléculas de aminoácidos e que, após ingerirmos, nosso corpo quebrará essa cadeia de proteína (quando a proteína não vem na forma hidrolisada) e utilizará os aminoácidos de acordo com sua necessidade. Do ponto de vista nutricional, cada proteína difere no seu perfil de aminoácidos e é justamente esse equilíbrio que está relacionado com o melhor ou pior resultado em questão de absorção e aproveitamento desses aminoácidos pelo corpo.

De acordo com as recomendações da Organização Mundial da Sáude, Organizações das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura e Universidade das Nações Unidas (WHO/FAO/UNU) um adulto deve ingerir cerca de 0,66g/Kg por peso corporal de proteína, sendo que as necessidades dietéticas de cada aminoácidos são distribuídas conforme tabela abaixo:

Aminoácido Dosagem recomendada em mg/Kg/dia
Histidina 10
Isoleucina 20
Leucina 39
Lisina 30
Metionina + cisteína 15
          Metionina 10
          Cisteína 4
Fenilalanina + tirosina 25
Treonina 15
Triptofano 4
Valina 26

Os estudos mostram que a composição de aminoácidos de uma fonte proteica é a peça chave para estimular o anabolismo dos músculos esqueléticos e que todos os aminoácidos devem estar em quantidades harmônicas para a otimização da síntese proteica, principalmente os aminoácidos designados como essenciais (aqueles que nosso corpo não sintetiza: leucina, isoleucina, valina, lisina, fenilalanina, treonina, metionina e triptofano). Dentre os aminoácidos, a leucina é descrita como um dos principais aminoácidos responsáveis pela estimulação de formação de proteína muscular. E não é à toa, visto que a maior fração de aminoácido presente em nossos músculos é leucina. Porém a maioria das fontes e proteínas vegetais possuem um conteúdo baixo de leucina de cerca de 6 a 8% quando comparado as fontes de proteínas animais que podem chegar a ter mais de 10%. Outros aminoácidos como lisina e metionina também apresentam valores mais baixos quando comparados as proteínas de origem animal. Os gráficos abaixo elucidam melhor essa visão de teor de aminoácidos presentes nas principais proteínas vegetais e animais.

Então, proteína de origem vegetal não aumenta massa muscular?

Não é verdade. Como citado, as proteínas a base de plantas contem menor fração de alguns tipos de aminoácidos quando comparada as proteínas de origem animal. Esse fato é mais perceptível principalmente nos aminoácidos leucina, lisina e metionina conforme foi mostrado nos gráficos. A maioria dos estudos comparando o efeito anabolizante de proteína vegetal utilizam apenas a proteína de soja comparando-a com proteína da carne ou whey protein. Nesse sentido (soja x carne ou whey) os resultados mostram que há síntese muscular em ambos casos, mas com melhores resultados usando a proteína animal. Já um estudo comparando a proteína de ervilha com a proteína de soro do leite concluiu que não houve diferença entre elas no quesito anabólico.

Diversas estratégias tem sido utilizada para minimizar esse desequilíbrio no perfil dos aminoácidos das proteínas vegetais trazendo resultados de síntese proteica muito semelhantes ao consumo de proteína animal. Dentre eles destaca a mistura de várias proteínas vegetais no intuito de criar um perfil de aminoácidos mais completo, a ingestão de maiores quantidades de proteína vegetais com objetivo de aumentar o aporte dos aminoácidos que apresentam baixas concentrações e, o enriquecimento da formulação com aminoácidos isolados também com o propósito de formar um aminograma mais completo. 

Por isso que tão importante quanto suplementar é ter o acompanhamento de um profissional com experiência no assunto. Avaliando a dieta do paciente e suas restrições alimentares, ele saberá elaborar a suplementação proteica que mais se enquadra em cada caso específico.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

Van Vliet S (2015) The Skeletal Muscle Anabolic Response to Plant- versus Animal-Based Protein Consumption. J Nutr. 2015.

WHO/FAO/UNU. Protein and amino acid requirements in human nutrition: report of a joint WHO/FAO/UNU expert consultation. World Health Organ Tech Rep Ser 2007;935:1–265

Banaszek A, et al. The Effects of Whey vs. Pea Protein on Physical Adaptations Following 8-Weeks of High-Intensity Functional Training (HIFT): A Pilot Study. Sports, 2019

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