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Conhecido também como Hericium ericaceus, o Lion’s mane é um cogumelo comestível muito utilizado na medicina e culinária asiática. Possui diversas ações terapêuticas discutida em literatura, porém seus efeitos mais atrativos para uso medicinal são de âmbito cerebral, no tratamento de doenças como ansiedade, depressão e Alzheimer, além de melhora na memória, concentração e foco.

Os principais compostos ativos do Lion’s mane, responsáveis pelo efeito cerebral são hericenonas e as erinacinas  As hericenonas ajudam o cérebro a produzir mais fator de crescimento neural (NGF), enquanto as erinacinas atravessam facilmente a barreira hematoencefálica aumentando a produção de neurônios. Para nos mantermos atualizados sobre o assunto, traremos aqui os principais artigos científicos publicados do Lion’s mane com efeito nootrópico (compostos que aumentam a cognição). Confira!

Lion’s mane e Alzheimer

            A acetilcolina (ACh) geralmente diminui com a idade, no entanto, em doenças como Alzheimer os níveis de ACh podem cair em até 90%. Muitos dos medicamentos atualmente usados ​​para tratar esta doença trabalham para aumentar os níveis de ACh. Em um modelo de rato com Alzheimer, o Lion’s mane melhorou a função cognitiva e a função do sistema colinérgico cerebral, aumentando as concentrações de ACh e colina transferase (enzima que produz ACh) tanto no hipotálamo como no sangue [1].

Figura 1: Hericium ericaceus (HE) tratado com AlCl3 e D-gal em ratos por 4 semanas. Níveis de (A) acetlcolina (Ach) e (C) colina transferase (ChAT) no hipotálamo e, níveis de (B) acetilcolina e (D) colina transferase no serum

Em humanos, um estudo duplo-cego, controlado por placebo foi realizado em homens e mulheres japoneses de 50 a 80 anos diagnosticados com comprometimento cognitivo leve, a fim de examinar a eficácia da administração oral do Lion’s mane. Trinta indivíduos foram randomizados em dois grupos de 15 pessoas, um dos quais recebeu 250 mg 3 vezes ao dia de Lion’s mane e o outro recebeu placebo durante 16 semanas. Após o término da ingestão, os indivíduos foram observados pelas próximas 4 semanas. Os resultados mostraram que durante o uso de Lion’s mane os pacientes obtiveram pontuações aumentadas na escala de função cognitiva em comparação ao placebo. Porém, após o término do tratamento, ou seja, após as 16 semanas a pontuação voltou a diminuir sugerindo que os efeitos na melhora cognitiva ocorrem durante o uso do Lion’s mane [2].

Figura 2: Pontos na escala de função cognitiva Lion’s Mane x placebo

O peptídeo β (25-35) amiloide está presente na doença de Alzheimer e relacionado na redução da memória. Estudo em modelo animal mostrou que a ingestão de Lion’s mane impediu a redução a memória normalmente induzida pelo peptídeo β (25-35) amiloide, concluindo que o Lion’s mane pode apresentar-se benéfico em tratamento de disfunção cognitiva [4]

Estudos mais recentes, publicados em 2019 na revista Antioxidants, investigou as atividades neuroprotetoras e anti-inflamatória do Lion’s mane na neurotoxicidade induzida por peróxido de hidrogênio em ratos. Os resultados mostraram-se promissores principalmente na célula da glia [3].

Lion’s mane na depressão e ansiedade

Em um estudo de quatro semanas, a administração de 2 g/dia de Lion’s mane resultou na melhora dos sintomas de menopausa, como ansiedade e irritação, em 30 mulheres submetidas ao ensaio clínico conforme pode ser visualizado nos gráficos abaixo [5]:

Figura 3: Comparação do uso de Hericium ericaceus (HE) x placebo em termos de (a) irritação e (b) ansiedade

Referencias consultadas:

[1] Zhang, J; et al. The Neuroprotective Properties of Hericium erinaceus in Glutamate-Damaged Differentiated PC12 Cells and an Alzheimer’s Disease Mouse Model. Int. J. Mol. Sci. 2016

[2] Mori K, et al. Improving effects of the mushroom Yamabushitake (Hericium erinaceus) on mild cognitive impairment: a double-blind placebo-controlled clinical trial. Phytother Res. 2009

[3] Kashairi, N; et al. Lion’s Mane Mushroom, Hericium erinaceus (Bull.: Fr.) Pers. Suppresses H2O2-Induced Oxidative Damage and LPS-Induced Inflammation in HT22 Hippocampal Neurons and BV2 Microglia. Antioxidants 2019.

[4] Mori K., Obara Y., Moriya T., Inatomi S., Nakahata N. “Effects of Hericium erinaceus on amyloid β(25-35) peptide-induced learning and memory deficits in mice.” Biomedical Research. 2011.

[5] Nagano M, Shimizu K, Kondo R, et al. Reduction of depression and anxiety by 4 weeks Hericium erinaceus intake. Biomed Res. 2010.

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