Desde que foi liberada para manipulação no Brasil, a melatonina tem sido muito procurada nas farmácias de manipulação. E não é de se estranhar! Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o distúrbio do sono afeta 40% da população brasileira e cerca de 45% da população mundial [1]. As vendas de Zolpidem, um hipnótico utilizado para dormir cresceu 560% entre 2011 e 2018 [2]. E o Clonazepan, o benzodiazepínico conhecido comercialmente como Rivotril® e também muito utilizado na insônia, disparou 22% em vendas só nos primeiros meses da pandemia de Covid-19 no Brasil [3].
A Melatonina tem sido muito procurada para o tratamento de distúrbios do sono. Sua grande vantagem perante os medicamentos utilizados para insônia são a ausência de ressaca na manhã seguinte, baixa toxicidade, além de ausência de sintomas de abstinência e dependência. Mas nem tudo são flores! A melatonina é um neuro hormônio que como qualquer substância, tem seus efeitos colaterais e interações medicamentosas.
Listamos abaixo as principais interações medicamentosas da melatonina [4]:
beta bloqueadores, benzodiazepínicos, álcool e medicamentos antiinflamatorio não esteroidal como aspirina e ibuprofeno | Reduz secreção de melatonina |
Zolpidem | Aumenta efeitos adversos do Zolpidem |
Clorpromazina | Aumenta a concentração sérica de Melatonina |
Nifedipino | Reduz efeito anti hipertensivo do Nifedipino |
Anticoagulante como Varfarina e AAS | Aumenta efeito antiagregante plaquetário |
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Seus efeitos devem sempre ser acompanhados pelo prescritor visto que sua dose é muito individualizada. Uma dose muito elevada pode levar a sonhos pertubadores e vívidos (pesadelos), cefaléia pela manhã e dificuldades para despertar. E, nesses casos, é necessário adequar a dose, a forma farmacêutica ou até mesmo cessar o uso.
Referências consultadas:
[4] Sajith SG; Clarke D. Melatonin and sleep disorders associated with intellectual disability: a clinical review. Journal of intellectual disability research, 2007