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O uso dos polióis como substituto do açúcar ganhou mercado nos últimos anos. São adoçantes derivados de produtos naturais como milho e beterraba e que quando ingeridos por humanos apresentam um poder adoçante semelhante ao açúcar e, devido a sua lenta absorção não elevam a insulina de maneira rápida. Além do seu efeito adoçante, alguns polióis (destacamos aqui o xilitol e o eritritol) podem apresentar efeito de refrescancia e ação antimicrobiana, sendo um excelente candidato para uso em formulações de limpeza oral. Mas nem tudo são flores, apesar do uso de polióis ser bastante seguro para humanos, os cães não metabolizam tão bem e a ingestão de certos tipos de polióis pode ser fatal. A partir de dados publicados em revista científicas, vamos descrever aqui a segurança (ou não) do uso do xilitol e eritritol em preparações veterinárias destinadas a cães.

Em 1966 pesquisadores da Universidade de Tóquio publicaram um artigo científico descrevendo que a injeção intravenosa de xilitol em cães era capaz de levar a uma hipoglicemia severa nos animais. A partir de então, diversos trabalhos foram publicados tentando elucidar esse mecanismo. Em 2015 um estudo retrospectivo realizado nos EUA avaliou 192 casos de cães que deram entrada no hospital veterinário num período de 5 anos, com indícios de intoxicação por xilitol. Ao contrário da ingestão humana, os cães apresentam um aumento plasmático de insulina dose-dependente após a ingestão de xilitol. Para se ter uma noção a liberação de insulina chega a ser 2,5 a 7 vezes maior quando comparada a ingestão da mesma concentração em glicose. Os sinais clínicos mais comuns relatados nos animais foram vômito, letargia, diarreia e convulsão. Quando não tratados adequadamente e dependendo da dose ingerida, os casos de ingestão de xilitol por cães podem levar a insuficiência hepática e óbito.

Contra a maré do xilitol está o eritritol, cujo estudos mostram um bom perfil de segurança para aplicação em cães. Enquanto o xilitol com pequenas doses de 0,15g/Kg já é possível verificar uma hipoglicemia aguda, doses de até 5g/Kg de eritritol não mostrou efeitos tóxicos nos cães testados. Sendo assim, o eritritol pode ser considerado um substituto promissor ao uso de xilitol em formulações veterinárias tanto para uso como edulcorante como para uso antimicrobiano em preparações orais.

BIBLOGRAFIA CONSULTADA:

KUZUYA T; KANAZAW Y; KOSAKA K. Plasma Insulin Response to Intravenously Administered Xylitol in Dogs. PLASMA INSULIN RESPONSE, 1966.

DuHadway MR, et al. Retrospective evaluation of xylitol ingestion in dogs: 192 cases (2007–2012). Journal of Veterinary Emergency and Critical Care, 2015.

Eapen AK, et al. Acute and sub-chronic oral toxicity studies of erythritol in Beagle dogs. Food Chem Toxicol. 2017

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