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Por que o óleo de coco se solidifica em baixas temperaturas?
Muitas vezes na farmácia de manipulação conseguimos esclarecer uma dúvida ou reclamação de um paciente quando compreendermos mais a fundo sobre o insumo que está sendo manipulado. Quer ver um exemplo? Se você costuma usar TCM na sua farmácia já deve ter percebido que ele não se solidifica em baixas temperaturas como acontece com o óleo de coco e, certamente, se um paciente já percebeu essa diferença possivelmente irá questionar. Você já passou por essa situação? Compreender a composição de gorduras do óleo de coco é capaz de trazer as respostas para essas dúvidas resolvendo o que poderia ser um problemão: um cliente insatisfeito e desconfiado.
Todo óleo e gordura possui uma mistura do que chamamos ácidos graxos. O tamanho da molécula desse ácido graxo faz com que ele seja classificado em triglicerídeos de cadeia curta, cadeia média ou cadeia alta.
O óleo de coco apresenta em média 60% do seu conteúdo de triglicerídeos de cadeia média (TCM), desses cerca de 47% equivalem ao ácido láurico (C12), 7% ácido caprílico (C8) e 6% ácido cáprico (C10). Essa alta fração do ácido láurico é responsável pela solidificação do óleo de coco quando está em temperatura abaixo de 25ºC. Já os óleos comercializados como TCMs são concentrados apenas nos TCMs presentes no óleo de coco, com foco na fração do ácido caprílico e cáprico devido a sua ação microbiológica e energética (apresenta cadeia carbônica menor que o láurico tendo uma metabolização mais eficiente).
A tabela abaixo ilustra a composição de ácido graxo de cadeia longa saturada, cadeia média saturada e cadeia longa insaturada do óleo de coco, manteiga, banha, óleo de palma, óleo de milho e óleo de soja:
Agora você já sabe que o óleo de coco se solidifica conforme reduzimos a temperatura por causa da alta fração de ácido láurico presente em sua composição. Ao contrário, um TCM, se for puro e conter apenas frações de ácido cáprico e caprílico não deverá se solidificar e caso você repare que ele está endurecendo possivelmente seja porque ele ainda contém na sua composição frações do ácido láurico.
Referências consultadas:
Bawalan, DD; Chapman KR. Virgin coconut oil production manual for micro-and villaage scale processing. FAO, 2006