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A vitamina D está disponível para suplementação de duas formas: ergocalciferol (vitamina D2) e colecalciferol (vitamina D3). A primeira é mais encontrada em plantas, principalmente em cogumelos, enquanto a segunda, é encontrada nos animais e também é produzida pela pele humana. Quanto a sua estrutura molecular, ambas se diferem apenas na cadeia lateral onde a vitamina D2 apresenta um grupo metil.

Então vitamina D2 é de origem vegetal e D3 animal?

A vitamina D3 é extraída geralmente da lã de ovelha, óleo de peixes e penas de certas aves em resposta a exposição da radiação ultravioleta. A vitamina D2 também é produzida em respostas a irradiação UV mas por invertebrados e plantas. Por muito tempo tinha-se a ideia de que uma suplementação de origem vegetal de vitamina D só era possível com o uso da vitamina D2. Hoje sabe-se que há espécies de líquens (associação simbiótica de um fungo com uma alga) capazes de fazer a síntese da vitamina D3.

Como a vitamina D2 e D3 são usadas pelo corpo?

De maneira teórica ambas são usadas de forma igual conforme pode ser mostrado na fígura abaixo. Em um primeiro momento, no fígado, a vitamina D2 e D3 são convertidas em 25(OH)D através da ação da 25-hidroxilase. Na sequência, no rim a 1α-hidroxilase converte a 25 (OH)D em 1,25-di-hidroxivitamina D (calcitriol). Na prática, o que se tem percebido é que pode haver uma diferença na eficácia na elevação sérica de 25(OH)D que é o marcador estabelecido para a vitamina D. Acredita-se que essa diferença seja atribuída a diferentes afinidades com o receptor de vitamina D e que a vitamina D3 é potencialmente o substrato preferido para a 25-hidroxilase hepática4.

Estudos que mostram a diferença de absorção

Alguns estudos científico foram elaborados no intuito de elucidar a questão de absorção entre a vitamina D2 e D3, e de forma geral, eles mostram que a administração de vitamina D3 é mais efetiva na manutenção dos níveis séricos de 25(OH)D quando comparada com a D2. Um trabalho publicado em 2013 na British Journal of Nutrition, realizado com 95 adultos da cidade de Dunedin (Nova Zelândia) mostrou que a administração de Vitamina D3 é mais eficaz do que a vitamina D2. Os participantes foram dividos em 3 grupos, 1 grupo recebeu placebo, outro vitamina D2 e outro vitamina D3, diariamente, por 25 semanas a partir do final do verão. Após 25 semanas, os participantes que utilizavam o D2 tiveram uma redução significativa nas concentrações séricas de 25 (OH) D ao longo dos meses de inverno, em comparação com os participantes suplementados com vitamina D3.1

Outra pesquisa publicada no mesmo ano na J Clin Endocrinol Metab, realizado na Alemanha, durante o inverno, com 107 participantes mostrou que no início do estudo não houve diferença significativa nos níveis de 25 (OH)D naqueles pacientes suplementados com 2000ui de vitamina D3 ou naqueles que usavam 2000ui de vitamina D2. Porém após 4 semanas de estudo, os pacientes que usavam D3 tiveram um aumento dos níveis de 25(OH)D enquanto os que usavam vitamina D2 houve redução. Esse mesmo comportamento já havia sido observado no trabalho de Armas, Hollis e Heaney e publicado na mesma revista 9 anos antes, porém com uma dosagem de vitamina D2 e D3 maior (50000ui) e menor número de pacientes (n=20), concluindo ao final que a potência da vitamina D2 é menor que um terço da vitamina D3.2,3

Bibliografia consultada:

1- Logan VF, et al. Long-term vitamin D3 supplementation is more effective than vitamin D2 in maintaining serum 25-hydroxyvitamin D status over the winter months. British Journal of Nutrition, 2013

2- Lehmann U, et al. Bioavailability of Vitamin D2 and D3 in Healthy Volunteers, a Randomized Placebo-Controlled Trial. J Clin Endocrinol Metab, 2013

3- Armas LAG; Hollis BW; Heaney RP. Vitamin D2 Is Much Less Effective than Vitamin D3 in Humans. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, 2004

4- Tripkovic L, et al. Comparison of vitamin D2 and vitamin D3 supplementation in raising serum 25-hydroxyvitamin D status: a systematic review and meta-analysis. Am J Clin Nutr 2012

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