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A maioria dos antidepressivos utilizados são inibidores seletivos da recaptação de serotonina, que atuam corrigindo os níveis baixos de serotonina. Uma recente revisão sistemática publicada no Molecular Psychiatry, sugere que a depressão provavelmente não é causada por um desequilíbrio químico da serotonina e lança um questionamento sobre os efeitos dos antidepressivos. 

A revisão geral teve como objetivo compilar os estudos relevantes que foram publicados sobre serotonina e depressão. No total a revisão envolveu dezenas de milhares de participantes.

As pesquisas que compararam os níveis de serotonina e seus produtos de degradação no sangue ou nos fluidos cerebrais não encontraram diferença entre pessoas diagnosticadas com depressão e participantes de controle saudável.

Pesquisas sobre receptores de serotonina e o transportador de serotonina, a proteína alvo da maioria dos antidepressivos, encontraram evidências fracas e inconsistentes sugestivas de níveis mais altos de atividade de serotonina em pessoas com depressão. No entanto, os pesquisadores dizem que as descobertas provavelmente são explicadas pelo uso de antidepressivos entre pessoas diagnosticadas com depressão, uma vez que tais efeitos não foram descartados com segurança.

Os autores também analisaram estudos em que os níveis de serotonina foram reduzidos artificialmente em centenas de pessoas, privando-as através da dieta, do aminoácido necessário para produzir serotonina. Esses estudos demonstrariam que uma deficiência de serotonina estaria ligada à depressão. No entanto, uma redução de serotonina dessa maneira não produziu depressão. Houve evidências muito fracas em um pequeno subgrupo de pessoas com histórico familiar de depressão, mas isso envolveu apenas 75 participantes.

Estudos maiores envolvendo dezenas de milhares de pacientes analisaram a variação genética, incluindo o gene do transportador de serotonina. Não foi encontrado diferença nesses genes entre pessoas com depressão e controles saudáveis. 

Todos esses achados em conjunto levaram os autores a concluir que não há suporte para a hipótese de que a depressão é causada pela atividade ou concentrações reduzidas de serotonina. E, embora o estudo não tenha revisado a eficácia dos antidepressivos, os autores incentivam mais pesquisas e conselhos sobre tratamentos que possam se concentrar no gerenciamento de eventos estressantes ou traumáticos na vida das pessoas, como psicoterapia, juntamente com outras práticas, como exercícios ou atenção plena.

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Bibliografia consultada:

Moncrieff J; et al. The serotonin theory of depression: a systematic umbrella review of the evidence. Molecular Psychiatry, 2022.

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