A interação microbioma hospedeiro-intestinal ganhou muita atenção científica nas últimas duas décadas, impulsionada pelos avanços no sequenciamento de DNA e nas técnicas de cultivo. Evidências mostram que os micro-organismos intestinais desempenham papéis cruciais na homeostase intestinal, no fortalecimento do sistema imunológico e estão associados a indicadores de qualidade de vida. Acredita-se que esses benefícios à saúde estão associados à digestão das fibras alimentares no cólon e à subsequente produção de ácidos graxos de cadeia curta, incluindo acetato, propionato e butirato.
Coprococcus é um gênero produtor de butirato do filo Firmicutes, e sua abundância está inversamente correlacionada com vários distúrbios neuropsicológicos e neurodegenerativos. Estudos de caso fornecem fortes evidências da diminuição de Coprococcus spp. em indivíduos deprimidos. A espécie Coprococcus eutactus, por exemplo, tem a capacidade única de usar duas vias distintas para a síntese de butirato e descobriu-se que em crianças com atraso no desenvolvimento da linguagem e em adultos com doença de Parkinson sua quantidade apresenta-se reduzida ou ausente. Por outro lado, o uso de galactooligossacarídeo e ômega-3 tem capacidade de aumentar os níveis de Coprococcus.
Uma recente revisão publicada na Gut Microbiome, descreveu com detalhes todo o potencial de uso desse gênero de bactéria e destaca seu promissor uso para tratamento e prevenção de doenças mentais, como a própria depressão.
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Bibliografia consultada:
Notting, F., Pirovano, W., Sybesma, W., & Kort, R. The butyrate-producing and spore-forming bacterial genus Coprococcus as a potential biomarker for neurological disorders. Gut Microbiome, 2023.