Diferença Entre Ácido Fólico, Ácido Folínico e Metilfolato

Diferença Entre Ácido Fólico, Ácido Folínico e Metilfolato

Em 2014 na revista Xenobiótica foi publicado um artigo científico de revisão que visa elucidar aos leitores a diferença entre ácido fólico, ácido folínico e metilfolato (químicamente chamado de 5-metiltetra-hidrofolato ou 5-MTHF), substâncias essas frequentemente prescritas aos pacientes para suplementar os níveis séricos de folatos do corpo. Aqui discutiremos os principais pontos desse artigo científico.

O folato (vitamina B9) é um micronutriente essencial cujos mamíferos não são capazes de sintetizar, sendo necessário adquiri-lo a partir da dieta e/ou suplementação. A falta de folato no corpo pode ser decorrente a uma baixa ingestão dietética, má absorção ou alterações do metabolismo do folato devido a causas genéticas ou interações medicamentosas. Essa deficiência pode ocasionar risco aumentado de defeitos do tubo neural, doença cardiovascular, câncer e disfunção cognitiva.

Embora não haja consenso geral, na maioria dos países, a recomendação da dose dietética diária (IDR) para folato é de 300 mg /dia para adultos e 400 mg / dia para mulheres em idade fértil. Vegetais verdes folhosos, brotos, algumas frutas, levedo de cerveja e fígado são fontes abundantes de folato. E, no caso de uma dieta pobre desse nutriente é possível suplementá-lo utilizando ácido fólico, ácido folínico ou metilfolato.

Estrutura do ácido fólico (A) e seus derivados, ácido folínico (B) e L-5-metiltetrahidrofolato (C)

Folato é o termo genérico para uma família de compostos incluindo o ácido fólico e seus derivados, que incluem: 5 metiltetra-hidrofolato (5-MTHF), 5-formiltetra-hidrofolato (5-FTHF ou ácido folínico), tetrahidrofolato (THF), 10-formil-THF e 5,10-metilenoTHF. A figura abaixo consegue ilustrar melhor todos esses compostos e como eles se formam no corpo.

Sobre o ácido fólico…

O ácido fólico é um composto sintético da família do folato (embora a oxidação de folatos em ácido fólico seja observada em alimentos cozidos). Conforme visto na imagem, após sua ingestão, o ácido fólico passa por diversos processos metabólicos até ser convertido na sua forma ativa. Sua grande vantagem é que sua estabilidade é maior quando comparado a outros folatos.

Há uma linha de estudiosos contra a suplementação do ácido fólico em si (sugerindo o uso de ácido folínico ou metilfolato), visto que parte do ácido fólico ingerido não é metabolizada ficando circulante no sangue ou se ligando a proteínas, sugerindo que esse fator possa estar associado a alguns malefícios a saúde.

E o ácido folínico….

Diferente do ácido fólico, o ácido folínico é encontrado naturalmente na comida e não requer a ação da enzima diidrofolato redutase (DHFR) para transformar-se na sua forma ativa. Isso é uma grande vantagem para aquelas pessoas que tem deficiência na ação dessa enzima ou ingerem medicamentos que inibem sua ação como é o caso do metotrexato.

E o que falar do metilfolato…

É a forma ativa do folato e a mais abudante encontrada no plasma (+ que 90%). Os estudos mostram que sua biodisponibilidade é maior quando comparada a ingestão de ácido fólico. Sua grande vantagem é que não necessita de enzimas para convertê-lo na forma ativa pois já encontra-se prontamente disponível.

Bibliografia consultada:

1- http://mthfr.net/folic-acid-awareness-week-2014-want-awareness-here-you-go/2014/01/08/

2- Scaglione F; Panzavolta G. Folate, folic acid and 5-methyltetrahydrofolate -are not the same thing. Xenobiotica, 2014

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