Um grupo de cientistas determinou que uma cepa específica de uma bactéria chamada Bifidobacterium longum pode ajudar a melhorar a constipação crônica sem causa subjacente conhecida. Para chegar nessa conclusão os cientistas analisaram 354 amostras fecais de indivíduos com idades entre 0 e 108 anos de 17 províncias da China. Foram isoladas 185 cepas de B. longum e sequenciados seus genomas. Eles então identificaram um agrupamento genético que melhorou o uso de um determinado açúcar vegetal chamado arabanina e nomearam esse cluster de abfA.
Na sequência, os investigadores realizaram transplantes fecais com doações de doadores humanos saudáveis, com um nível elevado de estirpes de B. longum com os aglomerados abfA ou um nível baixo e transplantaram em ratos que tiveram constipação induzida por loperamida. Os resultados apontam que os camundongos transplantados com fezes abundantes em aglomerados de abfA tiveram sua constipação aliviada, o tempo de trânsito intestinal reduzido em 50 minutos e a produção fecal aumentada.
Após análise em animais, os pesquisadores recrutaram uma coorte de 87 idosos com mais de 65 anos de um único hospital na China que foram diagnosticados com constipação funcional. Esses participantes foram então divididos em grupos de tratamento e designados aleatoriamente para receber um placebo ou cepas de B. longum. A suplementação com cepas de B. longum contendo o cluster abfA aumentou a utilização de arabanina, elevou os metabólitos bacterianos e melhorou os sintomas de constipação nos participantes.
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Bibliografia consultada:
Zhang C; et al. A key genetic factor governing arabinan utilization in the gut microbiome alleviates constipation. Cell host & Microbe, 2023.