Qual a relação entre amamentação e o câncer de mama?

Qual a relação entre amamentação e o câncer de mama?

Você sabia que amamentar é um dos fatores de proteção do câncer de mama mais bem documentados na literatura científica? Os pesquisadores afirmam inclusive que a amamentação não apenas reduz o risco de câncer de mama, mas também confere outros benefícios à saúde da mãe, incluindo risco reduzido de câncer de endométrio e ovário e risco reduzido de doenças crônicas que também são fatores de risco para câncer, como hipertensão e diabetes. Isso sem contar os diversos benefícios à saúde do bebê.

Uma revisão publicada em 2018 no American Journal Preventive Medicine. , discute as principais publicações sobre a relação da amamentação com o câncer de mama. Uma das publicações relatadas na revisão é um importante estudo de 2002 que reuniu aproximadamente 50.000 casos de câncer de mama de 47 estudos epidemiológicos em 30 países, concluindo que o risco relativo de câncer de mama em mulheres mães é reduzido em 4,3% a cada 12 meses que uma mulher amamenta. Da mesma forma, uma publicação de 2013 concluiu que o risco de ter câncer de mama era 14% menor entre mulheres que já amamentaram em comparação com mulheres que nunca amamentaram. O efeito protetor da amamentação persistiu independentemente do número de nascimentos e foi ainda maior para mulheres que amamentaram cumulativamente por 12 meses ou mais; eles tinham um risco 28% menor de câncer de mama. 

Alguns pesquisadores estimam que as taxas globais de amamentação existentes evitam quase 20.000 mortes anuais por câncer de mama e que mais 20.000 poderiam ser evitadas aumentando a duração da amamentação para 12 meses em países de alta renda, como os EUA, e para 2 anos por criança em países de baixa e média renda.

Por outro lado, o fato isolado de dar à luz aumenta o risco de câncer de mama principalmente do subgrupo ER- e câncer de mama triplo-negativo. Em um estudo de casos, mulheres grávidas que nunca amamentaram tiveram 2,18 vezes mais probabilidade do que mulheres nulíparas de serem diagnosticadas com câncer de mama triplo-negativo. No entanto, o risco aumentado de câncer de mama ER− e triplo-negativo associado ao parto pode ser reduzido pela amamentação, com períodos mais longos de amamentação, diminuindo ainda mais o risco. Nenhuma associação significativa entre a amamentação e o risco de subtipos de câncer de mama ER + e receptor de progesterona positivo em estudos de coorte foi encontrada.

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Bibliografia consultada:

Anstey EH. Et al. Breastfeeding and Breast Cancer Risk Reduction: Implications for Black Mothers. Am J Prev Med. , 2018.

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