Um estudo observacional retrospectivo, examinou prescrições de prestadores de cuidados primários vinculadas a dados de dispensação em farmácias nos anos de 2012 a 2014 no Canadá. Para isso, foram inclusos 91.660 prescrições em uma coorte de mais de 200.000 pacientes.
Os pesquisadores descobriram que, para condições que normalmente são sintomáticas (como infecções, depressão e ansiedade), a não adesão variou de 13,7% a 17,5%. Já para condições assintomáticas (como hipertensão , osteoporose e diabetes), as taxas de não adesão chegaram a surpreendentes 21,2% a 30,3%. Medicamentos para hiperlipidemia assintomática e doença cardiovascular foram uma exceção a essa tendência geral, apresentando uma taxa primária de não adesão de 15,2%.
A não adesão à medicação primária é comum, ocorrendo mais frequentemente em quadros assintomáticos. Ressalta-se que o estudo foi realizado no Canadá e no Brasil esse número pode ser ainda maior. Um trabalho multidisciplinar e estratégias de uso de formas farmacêuticas diferenciadas, como as farmácias de manipulação oferecem, poderia ser uma estratégia para aumentar a adesão dos pacientes ao tratamento.
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Bibliografia Consultada:
Singer AG; et al. Primary medication nonadherence in a large primary care population. Canadian Family Physician, 2022