A ciência por trás da motivação

A ciência por trás da motivação

Manter-se motivado é uma tarefa difícil principalmente no atual cenário em que estamos vivendo, não é verdade? Mas, por que algumas pessoas conseguem se manter mais motivada que outras? E por que as vezes é tão difícil ficar e se manter motivado? Você já se fez essas perguntas?

Se você ainda não se questionou, cientistas da universidade de Edimburgo tentaram buscar as respostas para essas perguntas, e publicaram suas conclusões em julho desse ano na revista Neuropsychopharmacology. As descobertas nos mostram que a chave para o processo de motivação está no equilíbrio entre dois neurotransmissores presentes no núcleo accumbens: a glutamina e o glutamato.

O núcleo accumbens é uma região do cérebro que desempenha um papel importante em funções como aversão, recompensa, reforço e motivação. Neste estudo, 43 homens foram selecionados para medir metabólitos no nucleus accumbens em seus cérebros com uma sofisticada técnica de imagem cerebral chamada “espectroscopia de ressonância magnética de prótons”, ou 1H-MRS

Para testar e quantificar a motivação, a equipe projetou o que é conhecido como “tarefa de força de incentivo monetário”. A ideia é que os participantes realizem uma tarefa com esforço crescente – e mensurável – e recebam somas de dinheiro que correspondem ao seu esforço. Basicamente, faça mais e receba mais.

A análise revelou que a chave para o desempenho – e, por extensão, a motivação – está na proporção de dois neurotransmissores no nucleus accumbens: glutamina e glutamato. Especificamente, a proporção de glutamina para glutamato está relacionada à nossa capacidade de manter o desempenho por um longo período de tempo – o que os pesquisadores chamam de “resistência”.

“As descobertas fornecem novos insights no campo da neurociência da motivação”, diz Carmen Sandi.uma das autoras do estudo. “Eles mostram que o equilíbrio entre a glutamina e o glutamato pode ajudar a prever componentes computacionais específicos do desempenho motivado. Nossa abordagem e dados também podem nos ajudar a desenvolver estratégias terapêuticas, incluindo intervenções nutricionais, que abordam os déficits no engajamento de esforço ao direcionar o metabolismo.”

Referência consultada:

Strasser A, at al. Glutamine-to-glutamate ratio in the nucleus accumbens predicts effort-based motivated performance in humans. Neuropsychopharmacology, 2020;

WhatsApp
Facebook
Telegram
Twitter
LinkedIn