A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é a terceira principal causa de deficiência visual no mundo. Entre adultos de 45 a 85 anos, a prevalência de DMRI é de 8,7%, e com a estimativa de aumento da população global nos próximos anos, a tendência é que o número de pacientes acometidos seja ainda maior. Embora a maioria dos achados epidemiológicos apoiem um efeito benéfico do ômega-3 na DMRI, ensaios clínicos randomizados não observaram um risco reduzido de DMRI avançada.
Para elucidar a relação da ingestão do ômega-3 na DMRI foi realizado um estudo transversal nacional da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição (NHANES) 2005–2008. A ingestão alimentar de ácidos graxos foi obtida de duas entrevistas de recordatório alimentar de 24 horas. O status da DMRI foi avaliado usando fotografias de fundo não midriáticas. Análises de regressão logística univariada e multivariada foram usadas para avaliar a associação entre a ingestão alimentar de ácidos graxos e a DMRI.
A população não ponderada incluiu 4.702 indivíduos, dos quais 374 tinham DMRI. Após o ajuste para variáveis relevantes, cada aumento de 1 unidade (1 mg/1000 kcal) na ingestão de EPA e DPA foram reduzidas as chances de qualquer DMRI. O quartil mais alto versus o mais baixo de EPA e DHA foram negativamente associados com as chances de qualquer DMRI.
Dessa forma, segundo os autores, quanto maior a ingestão de DHA, DPA +EPA na dieta foi associada à diminuição das chances de DMRI precoce. No entanto, nenhuma associação clara foi encontrada entre tipos específicos de ácidos graxos e DMRI tardia.
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