Hormônios exógenos, como a progesterona e o estrogênio, têm sido usados por muitos anos pelas mulheres afim de impedir a concepção. Doses altas desses hormônios estão associadas a efeitos adversos, como trombose e infarto do miocárdio, além de sintomas menos graves, mas tamb´´em incômodos, como náuseas e dores de cabeça.
Recentemente publicada na revista PLOS Computational Biologia, usando um modelo matemático, os pesquisadores descobriram que é possível reduzir a dose total em 92% na monoterapia com estrogênio, 43% na monoterapia com progesterona.
Além de mostrar que é possível uma redução de dose, os autores do estudo identificaram que é mais eficaz administrar o contraceptivo estrogênico no meio da fase folicular, ou seja cerca de 11 dias após o início do ciclo menstrual, logo antes de um óvulo ser liberado. Esse processo impediria que o ovário liberasse um óvulo. A dose poderia ser administrada como injeção ou implante, especulam os pesquisadores.
Combinando estrogênio e progesterona, a dose pode ser ainda mais reduzida. Segundo os autores, esses resultados podem fornecer aos médicos informações sobre formulações ideais e cronograma de terapia para suprimir a ovulação. Estudos futuros serão guiados para encontrar uma terapia eficaz e com menos riscos para as mulheres.
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Bibliografia consultada:
Gavina BLA; et al. Toward an optimal contraception dosing strategy. PLOS Computational Biologia, 2023.