Efeitos adversos da Cloroquina e Hidroxicloroquina

Efeitos adversos da Cloroquina e Hidroxicloroquina

Automedicação é coisa séria! Com a notícia de que a cloroquina e a hidroxicloroquina estariam sendo testadas como possíveis medicamentos para uso na Covid-19, as pessoas, em pânico, compraram os estoques dessas medicações nas farmácias. 

Como estabelecimento de saúde, a farmácia pode orientar esses pacientes que compraram a medicação por impulso e não necessitam da mesma, sobre o risco da automedicação e suas consequências. Para isso, destacamos os principais efeitos adversos da cloroquina e hidroxicloroquina para alertar os pacientes dos riscos do uso dessas medicações sem a devida prescrição. Confira!

Distúrbios do sangue e do sistema linfático:

Depressão da medula óssea, anemia (redução no número de células vermelhas do sangue), anemia aplástica (forma de anemia na qual a medula óssea falha em produzir números adequados de elementos do sangue), agranulocitose (diminuição de alguns tipos de leucócitos do sangue), leucopenia (redução das células brancas do sangue), trombocitopenia (diminuição no número de plaquetas sanguíneas).

Distúrbios do sistema imune:

Urticária (erupção na pele, geralmente de origem alérgica que causa coceira), angioedema (inchaço em região subcutânea ou em mucosas, geralmente de origem alérgica), broncoespasmo (contração dos brônquios, que pode ocasionar chiado no peito).

Distúrbios de metabolismo e nutrição:

Anorexia (perda de apetite), hipoglicemia (diminuição da taxa de açúcar no sangue). Pode exacerbar o quadro de porfiria (grupo de doenças metabólicas).

Distúrbios psiquiátricos:

Labilidade emocional (mudança rápida de humor), nervosismo, psicose, comportamento suicida.

Distúrbios do sistema nervoso:

Dor de cabeça, tontura, convulsões (contração involuntária dos músculos) têm sido reportadas com esta classe de medicamentos.

Distúrbios extrapiramidais:

Distonia (contrações musculares involuntárias), discinesia (movimentos involuntários anormais do corpo), tremor

Distúrbios oculares:

Visão borrada devido a distúrbios de acomodação que é dose dependente e reversível, retinopatia (doença da retina), com alterações na coloração e do campo visual. Na sua forma precoce, elas parecem ser reversíveis com a descontinuação da hidroxicloroquina. Caso o tratamento não seja suspenso a tempo existe risco de progressão da retinopatia, mesmo após a suspensão do mesmo. Pacientes com alterações retinianas podem ser inicialmente assintomáticos (sem sintomas), ou podem apresentar escotomas (perda total ou parcial da clareza ou nitidez da visão) visuais paracentral e pericentral do tipo anular, escotomas temporais e visão anormal das cores. Já foram relatadas alterações na córnea incluindo opacificação (perda da transparência) e inchaço. Tais alterações podem ser assintomáticas, ou podem causar distúrbios tais como halos, visão borrada ou fotofobia (sensibilidade à luz): casos de maculopatia e degeneração macular foram reportados e podem ser irreversíveis.

Distúrbios de audição e labirinto:

Vertigem (tontura), zumbido, perda de audição.

Distúrbios cardíacos:

Cardiomiopatia (doença do coração) que pode resultar em insuficiência cardíaca e em alguns casos podendo ser fatal. Toxicidade crônica deve ser considerada quando ocorrerem distúrbios de condução (dificuldade da passagem do estímulo elétrico) (bloqueio de ramo/bloqueio átrio-ventricular) bem como hipertrofia biventricular (espessamento da parede dos ventrículos). A suspensão do tratamento leva à recuperação.

Distúrbios gastrointestinais:

Dor abdominal, náusea, diarreia, vômito.

Distúrbios hepatobiliares:

Alterações dos testes da função do fígado, insuficiência hepática fulminante (redução grave da função do fígado).

Distúrbios de pele e tecido subcutâneo:

Erupção cutânea (da pele), prurido (coceira), alterações da cor na pele e nas membranas mucosas, descoloração do cabelo, alopecia (perda de cabelo), erupções bolhosas, incluindo eritema multiforme (manchas vermelhas planas ou elevadas, bolhas, ulcerações que podem acometer todo o corpo), síndrome de Stevens – Johnson (forma grave de reação alérgica caracterizada por bolhas em mucosas e grandes áreas do corpo) e necrólise epidérmica tóxica (quadro grave, caracterizado por erupção generalizada com bolhas rasas extensas e áreas de necrose epidérmica, à semelhança de grande queimadura, resultante principalmente de uma reação tóxica a vários medicamentos), rash medicamentoso com eosinofilia e sintomas sistêmicos (erupção cutânea com aumento de eosinófilos no sangue), fotossensibilidade, dermatite esfoliativa (alteração da pele acompanhada de descamação), pustulose exantemática generalizada aguda (PEGA) (doença da pele geralmente induzida por droga, acompanhada de febre). PEGA deve ser diferenciada de psoríase (doença inflamatória da pele), embora a hidroxicloroquina possa precipitar crises de psoríase. Pode estar associada com febre e hiperleucocitose (contagem elevada de células brancas no sangue).

Distúrbios muscoloesqueléticos e tecidos conjuntivos:

Distúrbios motores sensoriais, miopatia (problema no sistema muscular) dos músculos esqueléticos ou neuromiopatia (problema que ataca ao mesmo tempo o sistema nervoso e os músculos) levando à fraqueza progressiva e atrofia (diminuição no tamanho) do grupo de músculos proximais. A miopatia pode ser reversível com a suspensão do tratamento, mas a recuperação pode durar alguns meses. Estudos de diminuição dos reflexos tendinosos (movimentos reflexos desencadeados pela percussão de um tendão muscular) e anormalidade na condução nervosa.

Referência consultada:

ANVISA – Perguntas e Respostas.

WhatsApp
Facebook
Telegram
Twitter
LinkedIn