Estudo sugere que o uso de alfa cetoglutarato (AKG) além de auxiliar no ganho de massa magra pode também prevenir o envelhecimento

Estudo sugere que o uso de alfa cetoglutarato (AKG) além de auxiliar no ganho de massa magra pode também prevenir o envelhecimento

Um suplemento dietético comumente usado para aumentar a massa muscular pode ter um benefício extra: postergar os efeitos da idade. Pelo menos foi o que constatou um estudo publicado na revista Cell Metabolism em setembro de 2020.

AKG faz parte do ciclo metabólico que nossas células usam para produzir energia a partir dos alimentos. Além de seu uso por fisiculturistas, o AKG também proporciona benefícios no tratamento da osteoporose e das doenças renais. A molécula chamou a atenção como um possível tratamento anti-envelhecimento em 2014, quando os pesquisadores relataram que o AKG poderia estender a vida útil em mais de 50% em minúsculos vermes Caenorhabditis elegans . Isso é parecido com uma dieta de baixa caloria, que tem demonstrado promover um envelhecimento saudável, mas que é difícil para a maioria das pessoas seguir. Outros grupos de pesquisadores, mais tarde, mostraram melhorias na expectativa de vida com o uso de AKG em moscas-das-frutas.

Nesse novo estudo, os pesquisadores deram a grupos de camundongos de 18 meses (cerca de 55 anos em humanos) o equivalente a 2% de sua ração diária como AKG até morrerem, ou por até 21 meses. Os níveis de AKG no sangue caem gradualmente com a idade, e o objetivo dos cientistas era restaurar os níveis observados em animais jovens.

Algumas diferenças surgiram dentro de alguns meses: “Eles pareciam muito mais pretos, brilhantes e mais jovens do que os ratos de controle”, diz Azar Asadi Shahmirzadi, um dos autores.  “Os ratos fêmeas viveram em média 8% a 20% mais tempo após o início do tratamento com AKG do que os ratos de controle”, continua.

Analisando o mecanismo para essas melhorias, os pesquisadores descobriram que os ratos fêmeas que receberam AKG produziram níveis mais elevados de uma molécula que reduz a inflamação. A inflamação crônica pode estimular muitas doenças do envelhecimento, como câncer, doenças cardíacas, artrite e demência. O próximo passo será testar o AKG em voluntários humanos com idades entre 45 e 65 anos. Assim será possível analisar se a  molécula melhora os biomarcadores relacionados ao envelhecimento, como inflamação, endurecimento arterial e um tipo de assinatura química no DNA associada ao envelhecimento. 

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Referências consultadas:

Shahmirzadi AA, et al. Alpha-Ketoglutarate, an Endogenous Metabolite, Extends Lifespan and Compresses Morbidity in Aging Mice. Cell Metabolism, 2020.

Disponível em Science mag. Traduzido e adaptado por Magistral Guide

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