Uma das nossas publicações com maior sucesso foi a “Formulando Shampoo e barra”. Esse tema está em alta nos últimos anos, trazendo um apelo de cosmético natural e sustentável, sem o uso de água e plástico. A farmácia de manipulação está apta para atender esse público, formulando produtos que atendam as restrições e escolhas individuais. Então, mais uma vez convidamos você a colocar seu jaleco pois está aberta a temporada de testes no laboratório.
Como é feito o condicionador em barra?
A composição de um condicionador em barra segue a mesma ideia de um condicionador líquido, só que sem adição de água. Na formulação é necessário adicionar álcool graxo, manteigas, óleos e tensoativo em proporções corretas, para no final termos um produto capaz de conferir maciez, ação antiestática e condicionamento aos fios.
Abaixo uma formulação geral de um condicionador em barra para você usar como ponto de partida:
Ingrediente | Proporção |
Álcool graxo e tensoativo catiônico | 50-70% |
Manteigas e óleos | 5-20% |
Ativos para os cabelos como vitaminas oleosas, D-pantenol, entre outros | qs |
.
O álcool graxo é o insumo encarregado por dar consistência e emoliencia ao produto. Os mais utilizados são: álcool cetílico, álcool estearílico e álcool cetearílico (ou álcool cetoestearílico que nada mais é que a junção de álcool cetílico com álcool estearílico).
O tensoativo catiônico são os quartenário de amônio (como Cloreto de cetiltrimetil amônio, Cloreto de berrentrimônio, Estearato de dimetilbenzilamônio, Metossulfato de Behetrimônio). Nos condicionadores em barra o mais comum de ser usado é o Metossulfato de Behetrimônio, sendo geralmente comercializado já associado a um álcool graxo e com diversos nomes comerciais (fale com seu fornecedor que ele poderá lhe ajudar). São os tensoativos catiônicos os grandes responsáveis por não deixar aquele cabelo armado. Sua propriedade anti estática reduz o frizz e alinha os cabelos, tornando-os mais maleáveis.
As manteigas e óleos irão conferir hidratação e brilho aos fios. No caso das manteigas, elas auxiliam também na consistência e endurecimento do condicionador e barra. É recomendado que os óleos sejam adicionado após a fusão do tensoativo e do álcool graxo para evitar que seja aquecido desnecessáriamente.
É possível adicionar um conservante a formulação. Muitas empresas não adicionam por se tratar de uma fórmula sem adição de água e com menor risco de contaminação microbiana. Tratando de uma farmácia de manipulação onde a produção é individualizada e o prazo de validade curto, é possível avaliar a estabilidade da formulação sem o uso de conservantes.
E para finalizar a fórmula de condionador em barra, podemos adicionar diversos insumos para auxiliar no tratamento dos cabelos. Mas muito cuidado ao escolher! Lembre-se que sua fórmula é toda oleosa e a adição de insumos aquosos como extratos e D-pantenol por exemplo vai interferir na consistência da fórmula final. Por outro lado insumos oleosos como vitaminas E podem ser facilmente adionados na formulação.
Abaixo dispomos de uma fórmula de condicionador em barra simples para você iniciar seus testes no laboratório, adaptar com o que você tem na farmácia e começar ainda hoje a atender pedidos de condicionador em barra.
Insumo | Concentração |
Álcool cetílico | 30% |
Álcool cetoestearílico | 25% |
Metossulfato de behetrimônio | 20% |
Manteiga de Karitê | 10% |
Manteiga de cacau | 10% |
Óleo de abacate | 2% |
Óleos de argan | 2% |
Vitamina E | 1% |
Essência e corante | qs |
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Modo de preparo: Aqueça as manteigas, álcoois graxos e metossulfato de behetrimônio até fusão. Adicione demais ingredientes e ajuste pH para 3,5 a 4,0. Despeje o líquido em moldes de silicone e aguarde esfriar para embalar.