Historicamente, os níveis de HDL-C (sigla do inglês High-Density Lipoprotein cholesterol, popularmente conhecido como colesterol bom) têm sido inversamente associados ao aumento do risco de doença cardiovascular. Há quem diga que quanto maior melhor. Mas será mesmo? Diversos pesquisadores tem questionado a eficácia de um tratamento cardiovascular visando ao aumento do níveis de HDL-C, com isso, um novo estudo publicado no JAMA Cardiology buscou elucidar essa questão, mostrando que na verdade altos níveis de HDL-C está intimamente relacionado a maior risco de morte para pacientes com doenças coronarianas.
Para o estudo, os autores estudaram cerca de 10 mil pacientes com doença coronariana em duas coortes diferentes. Após o ajuste por uma gama de covariáveis, eles identificaram que, para pacientes com HDL-C > 80 mg/dL, o risco de morte por todas as causas e de morte de origem cardiovascular foi, respectivamente, 96% e 71% maior do que para os pacientes com HDL-C entre 40 e 60 mg/dL.
Foi encontrada uma associação, com maior risco de morte por todas as causas e de morte de origem cardiovascular para os pacientes com valores muito baixos e muito altos, em comparação aos valores médios de HDL-C.
Os potenciais mecanismos pelos quais a HDL-C muito alto pode causar desfechos cardiovasculares adversos em pacientes com doença coronariana precisam ser estudados. Ainda não se sabe se a capacidade funcional da partícula HDL é alterada quando seu nível está muito alto.
Dessa forma, segundo os resultados do estudo, considerar o HDL-C como colesterol bom, somente quando seus níveis estiverem medianos, ou seja, maior que ≤ 30 mg/dL e menor que 80 mg/dL (referência HDL-C entre 40 e 60 mg/dL) já que níveis de HDL-C alto é tão preocupante quanto baixo.
.
Bibliografia consul