Medicamentos anticolinérgicos associados a maior risco cognitivo

Medicamentos anticolinérgicos associados a maior risco cognitivo

As células nervosas liberam acetilcolina para transmitir impulsos a outros nervos no cérebro e por todo o corpo. Muitos medicamentos comumente usados ​​têm efeitos anticolinérgicos (exemplo atropina, escopolamina, biperideno, homatropina…), ou seja, bloqueiam a ação da acetilcolina. Pesquisas anteriores mostraram uma ligação entre essa classe de fármacos e a demência. Agora, um estudo encontrou uma ligação semelhante com o comprometimento cognitivo leve, especialmente na ingestão de doses maiores. Os resultados foram publicados em 2020, pela Neurology.

Alguns medicamentos são concebidos propositadamente para bloquear a acetilcolina, como os usados ​​para a incontinência urinária. Porém, com mais frequência, a ação anticolinérgica é um efeito colateral de medicamentos tomados para tratar doenças como alergias, resfriados e depressão.

Os pesquisadores recrutaram 688 adultos, com idade média de 74 anos, que não apresentavam problemas cognitivos. Todos receberam testes cognitivos anuais por até 10 anos. Aqueles que tomavam regularmente pelo menos um medicamento anticolinérgico tinham 47% mais chances de apresentar comprometimento cognitivo leve – geralmente um precursor de demência como a doença de Alzheimer – em comparação com aqueles que não tomavam os medicamentos. Doses mais altas também parecem estar associadas a um maior risco. Cerca de 75% do grupo consumiu de duas a quatro vezes mais do que a quantidade mínima recomendada. 

Os pesquisadores enfatizaram a importância dos idosos revisarem regularmente seus medicamentos com seus médicos e ficarem atentos ao seguir as dosagens adequadas.

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Bibliografia consultada:

Weigand AJ; et al. Association of anticholinergic medications and AD biomarkers with incidence of MCI among cognitively normal older adults. Neurology, 2020.

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