O folato está disponível em várias formas, incluindo metilfolato, que difere do folato dietético e dos suplementos sintéticos de ácido fólico porque é um metabólito reduzido que atravessa facilmente a barreira hematoencefálica. Pesquisadores buscaram entender o papel potencial do metilfolato no tratamento de pacientes com transtorno depressivo maior, onde há uma resposta insuficiente à terapia antidepressiva.
O resultado da revisão aponta resultados promissores com o uso de 15 mg/dia de metilfolato como tratamento adjuvante em pacientes com transtorno depessivo maior que não respondem à monoterapia antidepressiva. A resposta ao tratamento foi maior em indivíduos com índice de massa corporal (IMC) ≥ 30 kg/m 2 e níveis elevados de biomarcadores inflamatórios. Acredita-se que isso ocorra pois a inflamação está associada ao aumento da produção de citocinas pró-inflamatórias, que interferem na síntese e renovação dos neurotransmissores monoamínicos, contribuindo assim para a expressão da sintomatologia depressiva. Metilfolato pode atenuar esses efeitos facilitando a síntese de tetrahidrobiopterina (BH4), uma coenzima crítica na produção de neurotransmissores.
Além disso, o metilfolato não causa reações adversas comumente associadas a outros agentes adjuvantes de tratamento antidepressivo (por exemplo, antipsicóticos atípicos), como ganho de peso, perturbações metabólicas e distúrbios do movimento.
Como conclusão os autores destacam que o metilfolato é eficaz como tratamento adjuvante ao transtorno depressivo maior e pode beneficiar especialmente pacientes com IMC elevado e inflamação.
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Bibliografia consultada:
Maletic V; Shelton R; Holmes V. A Review of l-Methylfolate as Adjunctive Therapy in the Treatment of Major Depressive Disorder. Prim Care Companion CNS Disord, 2023.