Níveis altos de ferro e vitamina D durante a gestação está associado a menos risco de depressão pós parto

Níveis altos de ferro e vitamina D durante a gestação está associado a menos risco de depressão pós parto

Gestantes têm um risco maior de baixo status ou deficiência de ferro e vitamina D devido ao aumento das necessidades para o neurodesenvolvimento fetal e a saúde materna. Estima-se que a anemia por deficiência de ferro afete 20% das gestações em todo o mundo. A literatura recente questiona se a atual dose diária recomendada de 27 mg de ferro por dia durante a gravidez é suficiente para suprimir o aumento da demanda materna, placentária e fetal de ferro. Além disso, é provável que as gestantes também estejam em deficiência de vitamina D.

Um estudo de coorte da Alberta Pregnancy Outcomes and Nutrition (APrON) buscou examinar se o status nutricional na gravidez e no pós-parto está relacionado à saúde mental materna. O objetivo principal foi avaliar se as associações individuais e combinadas do nível materno de ferro e vitamina D durante e após a gravidez estaria relacionada com os sintomas de depressão entre os participantes. Para isso biomarcadores de ferro (ferritina sérica, receptor solúvel de transferrina e hepcidina) foram medidos por meio de imunoensaios e metabólitos da vitamina D [25-hidroxivitamina D3 (25(OH)D3) e 3-epi-25-hidroxivitamina D3 (3-epi-25 (OH)D3)] foram quantificados usando cromatografia líquida com espectroscopia de massa. 

Os resultados apontam que as concentrações de 25(OH)D3, 3-epi-25(OH)D3 materna e a proporção de ambos os metabólitos foram significativamente maiores durante o segundo trimestre em comparação com seu status aos 3 meses pós-parto. Concentrações maternas mais altas de ferritina sérica no segundo trimestre, hepcidina e 25 (OH )D3 previu pontuações maternas mais baixas da da Escala de Depressão Pós-natal de Edimburgo Materna (EPDS) durante o terceiro trimestre. Gestantes com baixo teor de ferro (ferritina sérica <15 μg/L) e abundância de vitamina D (25(OH)D ≥75 nmol/L) ou baixo teor de ferro (ferritina sérica <15 μg/L) e de vitamina D (25(OH)D <75 nmol/L) durante o meio da gravidez tiveram pontuações EPDS mais altas no terceiro trimestre em comparação com aqueles que estavam repletos de ambos os micronutrientes.

Dessa forma, um nível mais elevado de ferro e vitamina D durante a gravidez, independentemente ou em combinação, previu menos sintomas de depressão materna no terceiro trimestre. As concentrações de 25(OH)D3 e 3-epi-25(OH)D3 maternos podem ser mais baixas no período pós-parto em comparação com o meio da gravidez.

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Bibliografia consultada:

Evanchuk JL; et al. Maternal Iron and Vitamin D Status during the Second Trimester Is Associated with Third Trimester Depression Symptoms among Pregnant Participants in the APrON Cohort. The Journal of Nutrition, 2024.

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