O transtorno depressivo maior é caracterizado por uma alta taxa de resistência ao tratamento e os ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 (PUFAs) correlacionam com o fenótipo depressivo tanto em roedor quanto em humanos, porém, poucos estudos investigam o papel desse PUFA na resposta antidepressiva.
Um estudo observacional sugere que os níveis basais de PUFAs podem ajudar a prever a resposta aos antidepressivos para aqueles que sofrem com depressão.
Sessenta adultos deprimidos acometidos com transtorno depressivo maior foram recrutados. As avaliações neuropsiquiátricas ocorreram no início e após 4 e 8 semanas de tratamento com antidepressivos padrão, incluindo escitalopram (N = 45), sertralina (N = 13) e venlafaxina (N = 2). No final do estudo, os pacientes foram então avaliados através da escala de Montgomery Asberg para depressão (MADRS), um questionário diagnóstico usado para medir a gravidade dos episódios depressivos em pacientes om transtorno de humor.
Os resultados apontam que níveis mais baixos de PUFA ômega-3 foram associados a pior sintomatologia basal. Os níveis de DHA, bem como o índice ômega-3 e a razão ômega-6/ômega-3 previram significativamente a resposta aos antidepressivos no desfecho do estudo.
Os níveis basais de PUFAs predizem uma resposta posterior aos antidepressivos padrão em indivíduos deprimidos. Os autores sugerem que a ingestão e/ou metabolismo de PUFA representam uma nova ferramenta modificável para o manejo de pacientes deprimidos não responsivos, porém por ser tratar de um estudo observacional, ensaios clínicos com uma amostra significativa será necessário para conclusões mais consistentes.
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Bibliografia consultada:
Cussotto S; et al. Low omega-3 polyunsaturated fatty acids predict reduced response to standard antidepressants in patients with major depressive disorder. Depress Anxiety, 2022