Os 7 nutracêuticos mais utilizados na enxaqueca

Os 7 nutracêuticos mais utilizados na enxaqueca

A enxaqueca como doença neurovascular incapacitante afeta 6% dos homens e 18% das mulheres em todo o mundo. Não se sabe exatamente o motivo exato das crises, mas pesquisadores relatam alguns aspectos comuns entre os pacientes como a deficiência de muitos nutrientes, incluindo magnésio, niacina, tiamina, riboflavina, cobalamina, coenzima Q10, carnitina, ácido alfa lipóico, zinco e vitamina D. Além disso, o aumento do nível de homocisteína, disfunção mitocondrial e comprometimento da função antioxidante pode também levar a ataques de enxaqueca. Esses achados clínicos levam a crer que determinados nutracêuticos possam desempenham um papel vital na prevenção da enxaqueca e com isso, algumas revisões de literatura tentam compilar as informações científicas disponíveis, avaliando quais suplementos nutricionais poderiam ser benéficos, auxiliando na redução, gravidade e frequência dos episódios de enxaqueca. Os mais citados são:

Magnésio

Embora o magnésio por via oral seja usado para prevenir ataques de enxaqueca, estudos têm mostrado resultados mistos em relação à eficácia do magnésio. Alguns estudos demonstraram que altas doses diárias são capazes de diminuir a frequência dos ataques. No entanto, outros estudos não mostraram esse benefício. 

As evidências mais fortes de seu uso vêm de um estudo duplo-cego, controlado por placebo, de 1996. Nesse estudo, 81 participantes tomaram 600 mg de magnésio ou um placebo por 3 meses. As pessoas que tomaram magnésio tiveram cerca de 42% menos episódios de enxaqueca, em comparação com 16% no grupo de placebo.

Uma revisão mais recente identifica vários estudos que mostraram que o magnésio pode prevenir a enxaqueca de forma mais eficaz do que um placebo. No entanto, ainda faltam estudos de alta qualidade e em grande escala.

Riboflavina

Estudos demonstraram que a riboflavina, também conhecida como vitamina B2, em altas doses é eficaz na prevenção de crises de enxaqueca. Em um estudo publicado na revista Neurology, a riboflavina demonstrou reduzir a frequência de ataques e os dias de dor de cabeça. Possui alta eficácia e é bem tolerado, o que o torna um bom candidato como suplemento.

Em outro trabalho, 23 participantes tomaram altas doses de riboflavina por 6 meses. Eles relataram que tanto o número quanto a duração das dores de cabeça diminuíram 50% após 3 a 6 meses de uso.

Uma revisão de 2015 no International Journal for Vitamin and Nutrition Research também concluiu que o uso de vitamina B2 pode reduzir a frequência e a duração da enxaqueca, sem efeitos colaterais graves.

No entanto, os cientistas precisam realizar mais pesquisas em um número maior de pessoas para compreender seu mecanismo de ação e determinar se a vitamina B2 é realmente eficaz.

Tiamina

conforme relatado, apesar de haver diversos estudos mostrando os benefícios da riboflavina nas crises de enxaqueca, vindo contra essas evidências, um estudo buscou investigar se a ingestão de vitamina B1 e vitamina B2 poderia auxiliar na prevenção de crises de enxaqueca. Os resultados apontaram que 21,6% dos adultos com idade ≥20 anos que apresentaram fortes dores de cabeça ou enxaqueca, a ingestão dietética de vitamina B1 estava inversamente associada com a dor de cabeça severa ou enxaqueca. Por outro lado, a ingestão de vitamina B2 não apresentou nenhuma relação significativa.

CoQ10

A coenzima Q10 é uma substância natural que desempenha um papel importante no funcionamento eficaz das mitocôndrias. Estudos demonstraram que há redução na frequência e intensidade das enxaquecas quando a coenzima Q10 é tomada regularmente como terapia preventiva. Os resultados mostraram que a CoQ10 foi melhor do que o placebo e se correlacionou com a diminuição da frequência de ataques e menos dias de dor de cabeça.

A pesquisa sobre o impacto da CoQ10 na enxaqueca é limitada. Um ensaio de 2005 descobriu que tomar 100 mg de CoQ10 três vezes ao dia pode reduzir a frequência da enxaqueca em cerca de 50%. No entanto, o estudo foi pequeno, com apenas 42 participantes

Matricária

As pesquisas mostram que a matricária (Tanacetum parthenium) pode tratar e prevenir enxaquecas. Mas a maioria dos resultados foram mistos. Nenhum dos estudos mostrou que matricária causou efeitos colaterais graves.

Sugere-se iniciar o tratamento com uma dose baixa de cerca de 50 mg por dia. Pode demorar alguns meses para ver os resultados.

Melatonina

Um estudo comparou a melatonina com a amitriptilina (um medicamento usado na prevenção da enxaqueca) e com um placebo . Os resultados desse estudo mostraram que a melatonina foi tão eficaz que a amitriptilina e com menor efeitos colaterais.

Zinco

Um estudo mostrou que existe uma associação inversa entre o consumo dietético de zinco e a enxaqueca. Na pesquisa, o grupo de maior consumo de zinco (15,8 mg ou mais de zinco por dia) apresentava menor risco de enxaqueca em comparação com o grupo de baixo consumo (5,9 mg ou menos diariamente). Entre as pessoas que recebiam altos níveis de zinco (19,3-32,5 mg por dia) por meio de suplementos, o risco de enxaqueca foi ainda menor.

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Bibliografia consultada:

Eshtivani EN, et al. The role of nutrients in the pathogenesis and treatment of migraine headaches: Review. Biomedicine & Pharmacotherapy, 2018.

Guilbot, A., et al., A combination of coenzyme Q10, feverfew and magnesium for migraine prophylaxis: a prospective observational study. BMC Complement Altern Med, 2017

Millstine, D., C.Y. Chen, and B. Bauer, Complementary and integrative medicine in the management of headache. BMJ, 2017.

Thompson, D.F. and H.S. Saluja, Prophylaxis of migraine headaches with riboflavin: A systematic review. J Clin Pharm Ther, 2017

Sun-Edelstein C; Mauskop A. Foods and Supplements in the Management of Migraine Headaches. Clin J Pain, 2009.

Liu H; et al. Dietary zinc intake and migraine in adults: a cross-sectional analysis of the National Health and Nutrition Examination Survey 1999–2004. Headache, 2023.

Li D; et al. Dietary intake of thiamine and riboflavin in relation to severe headache or migraine: A cross-sectional survey. Headache: The Journal of Head and Face Pain, 2022.

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