O diabetes mellitus gestacional (DMG) afeta cerca de 12,8% das gestações e é definido como qualquer grau de intolerância à glicose detectado pela primeira vez durante a gravidez. Estudos mostram que um desequilíbrio na microbiota intestinal está associado à ocorrência de DMG. Essas mudanças na composição do microbiana intestinal da gestante se correlaciona com o acúmulo de massa gorda, aumentando os níveis de glicose no sangue e a resistência à insulina.
Foi demonstrado através de estudos que os suplementos probióticos/simbióticos são benéficos para a gravidez, o que poderia aliviar a resistência à insulina e melhorar o metabolismo lipídico. No entanto, o efeito da suplementação de probióticos/simbióticos no DMG é controverso, pois alguns ensaios clínicos randomizados relataram melhora significativa no controle da glicose no sangue, enquanto em outros não houve diferença após a intervenção. Com isso, uma meta-análise buscou investigar a interação entre o tratamento probiótico/simbiótico em relação à glicose e ao metabolismo lipídico no DMG.
Um total de 11 ensaios clínicos randomizados controlados foram analisados. Em comparação com o placebo, os probióticos/simbióticos foram associados a uma melhora estatisticamente significativa na glicose plasmática em jejum, insulina sérica em jejum, modelo de avaliação da homeostase da resistência à insulina e colesterol total.
Segundo os autores, o uso de suplementação probiótica específica contendo Lactobacillus acidophilus e Bifidobacterium bifidum pode ser uma estratégia promissora de prevenção e terapêutica para DMG. No entanto, devido à heterogeneidade entre os estudos existentes, mais estudos são necessários para abordar as limitações das evidências existentes e informar melhor o manejo do DMG.
.
Bibliografia consultada:
Mu J; et al. The Effects of Probiotics/Synbiotics on Glucose and Lipid Metabolism in Women with Gestational Diabetes Mellitus: A Meta-Analysis of Randomized Controlled Trials. Nutrients, 2023.