A doença de Alzheimer, o tipo mais comum de demência, leva ao declínio cognitivo e perda de memória. No cérebro é possível constatar um acúmulo de placa, aumento de células imunes cerebrais, neuroinflamação e sinalização neuronal prejudicada. Evidências crescentes sugerem que a reativação do vírus herpes simplex (HSV-1) pode ser responsável pelo aparecimento dessas características.
Pesquisadores construíram recentemente modelos 2D e 3D de tecido cerebral humano de doença de Alzheimer induzida por herpes, para testar o potencial neuroprotetor de compostos farmacêuticos e à base de plantas. Na análise, foram examinados 21 compostos conhecidos pelas suas propriedades antiinflamatórios, antienvelhecimento ou pró-cognição, como cafeína, cânfora, citicolina, insulina, metformina, resveratrol, chá verde e zolmitriptano.
Dos insumos avaliados, diversos apresentaram benefícios porém, as catequinas (presentes no chá verde) e o resveratrol apresentaram maior destaque por suas fortes propriedades antiagregação plaquetária, benefícios neuroprotetores funcionais e neurotoxicidade mínima.
Segundo os autores o chá verde parece ajudar ao estimular o sistema imunológico, aumentando a proliferação e a atividade das células gama delta T, um tipo de célula imunológica que atua como ‘uma primeira linha de defesa contra infecções’. Além disso, pode ajudar a reduzir o dano oxidativo, combater a inflamação e estimular o reparo do DNA.
Já o resveratrol parece atuar como ativador das sirtuínas, enzimas cujo perda da atividade está intimamente associada ao acúmulo de placas e emaranhados no cérebro, característicos da doença de Alzheimer.
O estudo abre as portas para terapias com uso de fitoterápicos e pode servir para futuros estudos utilizarem esses compostos afim de torná-los mais disponíveis para o tecido cerebral.
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Bilbiografia consultada:
Silveira IA; et al. Screening neuroprotective compounds in herpes-induced Alzheimer’s disease cell and 3D tissue models. Free Radical Biology and Medicine, 2022.