As alterações pré-natais do desenvolvimento do sistema nervoso, seja por origem genética ou ambiental, estão entre as possíveis causas da esquizofrenia. Além disso, tanto a pele como o sistema nervoso provêm do mesmo tecido embrionário (ectoderma) e alterações nesse estágio de desenvolvimento também podem causar anomalias nas impressões digitais. Portanto, especula-se que as alterações durante o desenvolvimento embrionário que podem levar a suscetibilidade à esquizofrenia também podem causar padrões datilográficos anômalos.
O estudo foi realizado a partir de uma amostra inicial de impressões digitais digitalizadas de 612 pacientes com diagnóstico de psicose não afetiva e 844 indivíduos saudáveis. A complexidade dos padrões datilográficos foi analisada por meio de um modelo de aprendizado e foram obtidos vários modelos de classificação diagnóstica. A inteligência artificial conseguiu identificar, com 70% de precisão, as pessoas que tinham esquizofrenia.
Como as impressões digitais permanecem estáveis ao longo da vida, essa técnica pode ser usada tanto para detectar a esquizofrenia, em caso de suspeita da doença, como para prever o surgimento da doença, principalmente se forem usadas em subpopulações de alta prevalência, como nos indivíduos com alto risco de psicose.
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Bibliografia consultada:
Salvador R; et al. Fingerprints as Predictors of Schizophrenia: A Deep Learning Study. Schizophrenia Bulletin, 2022.