O estudo AREDS (estudo de doenças oculares relacionadas à idade), lançado em 1996, mostrou que uma formulação de suplemento dietético contendo 500 mg de vitamina C, 400 UI de vitamina E, 2 mg de cobre, 80 mg de zinco e 15 mg de betacaroteno seria capaz de retardar significativamente a progressão da degeneração macular relacionada à idade (DMRI) de doença moderada a tardia. No entanto, dois estudos simultâneos também revelaram que as pessoas que fumavam e ingeriam betacaroteno tinham um risco significativamente maior de câncer de pulmão.
Assim, em 2006, foi proposto a substituição do betacaroteno por 10 mg de luteína e 2 mg de zeaxantina, que apresentam função antioxidade com atividade na retina, semelhante ao betacaroteno. Realizaram então um estudo por um período de 5 anos e concluíram que a luteína e a zeaxantina não aumentavam o risco de câncer de pulmão e que a nova formulação poderia reduzir o risco de progressão da DMRI em cerca de 26%.
Dando sequência ao estudo, um novo relatório publicado recentemente na JAMA Ophthalmology buscou acompanhar 3.883 dos 4.203 participantes originais do estudo de 2006, por mais cinco anos, coletando informações sobre a progressão da DMRI e se houve diagnosticos de câncer de pulmão.
Foi possível observar que não houve aumento do risco de câncer de pulmão naqueles que receberam luteína/zeaxantina. Além disso, após 10 anos, o grupo originalmente designado para receber luteína/zeaxantina teve um risco adicional de 20% reduzido de progressão para DMRI tardia em comparação com aqueles originalmente designados para receber betacaroteno.
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Bibliografia consultada:
Chew EY; et al. Long-term Outcomes of Adding Lutein/Zeaxanthin and ω-3 Fatty Acids to the AREDS Supplements on Age-Related Macular Degeneration ProgressionAREDS2 Report 28, JAMA Ophthalmology, 2022.