A automutilação é uma preocupação particular para a psiquiatria infantil e adolescente, devido à sua associação com uma série de resultados adversos, incluindo o suicídio. A prevalência na juventude foi estimada em 17%, mas as estimativas variam entre diferentes desenhos de estudo e sistemas de classificação. Existem poucos tratamentos com suporte empírico para automutilação na juventude e, embora os tratamentos psicossociais pareçam promissores, não há ensaios clínicos randomizados publicados de farmacoterapia para o caso. Uma meta-análise recente sugere que os pesquisadores devem redirecionar sua atenção para as causas da automutilação para facilitar o progresso na eficácia da intervenção. Assim, o tratamento de problemas de sono foi sugerido como um alvo mecanicista que pode diminuir o risco de automutilação.
Para averiguar a relação da automutilação com o tratamento do sono, um estudo de coorte de base populacional, incluiu 25.575 jovens que iniciaram o tratamento com melatonina entre as idades de 6 e 18 anos. Os pacientes foram análisados antes e até um ano após a intervenção.
A diminuição do risco de automutilação intencional foi observada após o início do tratamento com melatonina entre mulheres com depressão e ansiedade, sugerindo que as intervenções no sono poderiam ser consideradas uma opção para reduzir o risco de automutilação nessa população.
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Bibliografia consultada:
Leone M; et al. Melatonin use and the risk of self-harm and unintentional injuries in youths with and without psychiatric disorders. The Journal of Child Psychology and Psychiatry, 2023.