Neuroinflamação e estresse oxidativo estão envolvidos na patogênese da enxaqueca. Sabendo do potencial antioxidante e anti-inflamatório do zinco, pesquisadores buscaram avaliar uma possível relação entre o consumo do mineral e a incidência de enxaqueca.
Para o estudo os cientistas avaliaram dados do National Health and Nutrition Examination Survey afim de determinar se as pessoas que relatavam enxaqueca ou dor de cabeça intensa apresentavam menor ingestão de zinco, em comparação com pessoas sem enxaqueca. Os 11.088 participantes do estudo (idade média de 46,5 anos; 50% mulheres) foram separados em quintis com base no consumo de zinco na dieta. Foi também consideraram a suplementação de zinco, para a qual havia dados disponíveis para 4.324 participantes, dos quais 2.607 relataram uso de suplementos contendo zinco.
Cerca de 20% da coorte (n = 2.236) relataram enxaqueca ou dor de cabeça intensa nos últimos 3 meses. Houve uma associação inversa entre o consumo dietético de zinco e a enxaqueca, com o quintil de maior consumo (15,8 mg ou mais de zinco por dia) apresentando menor risco de enxaqueca em comparação com o quintil de baixo consumo (5,9 mg ou menos diariamente). Entre as pessoas que recebem altos níveis de zinco (19,3-32,5 mg por dia) por meio de suplementos, o risco de enxaqueca foi ainda menor.
Embora os pesquisadores reconheçam as limitações do estudo, segundo eles, os resultados sugerem que o zinco é um nutriente importante que influencia na enxaqueca.
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Bibliografia consultada:
Liu H; et al. Dietary zinc intake and migraine in adults: a cross-sectional analysis of the National Health and Nutrition Examination Survey 1999–2004. Headache, 2023.