Qual a relação do uso de óleo de coco na doença de Alzheimer?

Qual a relação do uso de óleo de coco na doença de Alzheimer?

Muito se fala sobre a relação do uso de óleo de coco para o tratamento e prevenção da doença de Alzheimer. Mas você sabe o porquê dessa associação e se há evidências científicas apontando benefícios? Separamos um revisão recente sobre o tema e destacamos os principais pontos no qual os autores explicam os mecanismos envolvidos no uso de óleo de coco na doença de Alzheimer.

O óleo de coco possui 90% de ácidos graxos saturados, sendo que 64% dos ácidos graxos totais são triglicerídeos de cadeia média (TCMs). Essa característica na composição do óleo de coco torna-o único e com notáveis propriedades terapêuticas, incluindo para a doença de Alzheimer.

Diferente da maioria das outras gorduras dietéticas que são ricas em ácidos graxos de cadeia longa, os TCMs são facilmente absorvidos e metabolizados pelo fígado. Os ácidos graxos de cadeia média gerados a partir da digestão dos TCMs possuem uma via específica para o metabolismo, pois contornam o sistema linfático e entram no fígado diretamente pela veia porta. As evidências apontam que esse processo é certamente benéfico para o tratamento da doença de Alzheimer, assim como na obesidade, dislipidemia, LDL elevado, resistência à insulina e hipertensão, que são fatores de risco para doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2.

Acredita-se que as células cerebrais de pessoas com doença de Alzheimer são incapazes de usar a glicose para produzir energia adequadamente. Corpos cetônicos são uma fonte significativa de energia alternativa à glicose e podem ser benéficos para pessoas em desenvolvimento ou já com problemas de memória. São produzidos a partir de fonte sem carboidrato como os TCMs. Dessa forma, o corpo cetônico 3-hidroxibutirato produzido a partir do TCM atravessa a barreira hematoencefálica e entra nas mitocôndrias das células cerebrais, fornecendo energia. 

Além disso, os compostos fenólicos encontrados no óleo de coco podem ajudar na prevenção da agregação do peptídeo Aβ, devido as suas propriedades antiinflamatórias, antioxidantes e anti-amiloidogênicas potencialmente inibindo uma etapa fundamental na patogênese da doença de Alzheimer. 

Os autores concluem a revisão dizendo que devido à inconsistência de alguns estudos clínicos de grande coorte revisados ​​por pares e de longo prazo, faz-se necessário mais pesquisas antes de defender amplamente o uso de óleo de coco como uma intervenção dietética no Alzheimer.

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Bibliografia consultada:

Sandupama P; Munasinghe D; Jayasinghe. Coconut oil as a therapeutic treatment for alzheimer’s disease: a review. Journal of Future Foods, 2022.

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