As pessoas acometidas com diabetes têm um risco maior de desenvolver doenças neurodegenerativas e a metformina é o medicamento mais comumente prescrito para tratar a diabetes.
Recentemente, os pesquisadores observaram que o uso de metformina pode regular os níveis de dopamina no cérebro além de melhorar a deposição de placas beta-amiloides, sugerindo assim, que a administração regular de metformina possa além de reduzir a glicose sanguínea, auxiliar também na prevenção de doenças neurodegenerativas. Porém, o real benefício da administração da metformina no prognostico cognitivo não está tão claro.
Para elucidar melhor essa questão, cientistas chineses realizaram uma meta-análise avaliando 12 estudos sobre o tema, totalizando 194.792 pacientes (94.462 usuários de metformina e 100.330 não usuários de metformina).
Os dados agrupados mostraram que o risco relativo associado ao início da doença neurodegenerativa foi de 0,77 ao comparar os pacientes com diabetes que tomaram metformina versus aqueles que não tomam metformina. Os efeitos foram mais proeminentes em usuários de metformina a longo prazo (≥4 anos), com um risco relativo de 0,29.
Assim, esta revisão sistemática e meta-análise constatou que o uso de metformina, especialmente o uso a longo prazo, foi associado a menor risco de doenças neurodegenerativas. No entanto, como houve heterogeneidade substancial entre os estudos, ainda são necessários ensaios clínicos randomizados de alta qualidade para confirmar esse achado.
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Bibliografia consultada:
Zhang Y; et al. Metformin and the risk of neurodegenerative diseases in patients with diabetes: A meta-analysis of population-based cohort studies. Diabetic Medicine, 2022.