A endometriose é uma condição na qual o tecido uterino cresce fora do útero, o que pode causar dor e sangramento. Atualmente é tratada com medicamentos que reduzem o estrogênio e a inflamação. No entanto, os tratamentos atuais para endometriose têm baixa eficácia, alta taxa de recorrência e causam efeitos adversos em outros tecidos afetados pelo estrogênio.
Em pesquisas anteriores, foi observado que a atividade do receptor estrogênico beta (ER-beta) contribui significativamente para a progressão da endometriose. Assim, suprimir seletivamente a atividade do ER-beta pode ajudar a tratar a condição sem os efeitos colaterais das terapias hormonais atuais que atuam em ER-alfa.
Em novembro de 2022, pesquisadores relataram no Journal of Biomedical Science um benefício potencial para a oleuropeína, composto presente na oliveira, em um modelo de endometriose. A oleuropeína foi capaz de inibir a atividade ER-beta, mas não ER-alfa, tornando-se um candidato promissor para o tratamento de endometriose.
No estudo, a administração de oleuropeína suprimiu o crescimento da lesão de endometriose nos animais modelos. Além disso, o tratamento mostrou-se atóxico para o fígado e não afetou a capacidade de reprodução dos camundongos fêmeas.
Os resultados necessitam ser mais explorados e reproduzidos em humanos. Se confirmado, o uso oleuropeína terá um grande potencial no tratamento de endometriose porque além de mais barata é mais segura que os tratamentos hormonais atuais.
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Bibliografia consultada:
Park Y; et al. Oleuropein suppresses endometriosis progression and improves the fertility of mice with endometriosis. Journal of Biomedical Science, 2022.