Amido resistente mostra efeito preventivo no desenvolvimento de câncer em pacientes com Síndrome de Lynch

Amido resistente mostra efeito preventivo no desenvolvimento de câncer em pacientes com Síndrome de Lynch

Amidos resistentes são carboidratos que passam intactos pelo intestino delgado e são digeridos, ou fermentados, no intestino grosso. Estão presentes em alimentos à base de plantas, incluindo feijão, aveia, cereais, arroz, macarrão cozido e resfriado, ervilhas e bananas ligeiramente verdes. Por ser reconhecido como fibra alimentar seu uso é conhecido por reduzir o risco de câncer colorretal.

A síndrome de Lynch é uma condição hereditária que predispõe as pessoas ao câncer de cólon, câncer gástrico e vários outros tipos de câncer. Sua causa está em uma mutação genética que impede o DNA de ser capaz de se corrigir após a divisão celular de forma tão eficaz quanto deveria, o que pode dar origem a cânceres. Ocorre em cerca de 1% dos pacientes com câncer colorretal.

Pesquisadores do Reino Unido descobriram recentemente que um suplemento de amido resistente pode ajudar a prevenir o câncer em pessoas com síndrome de Lynch. Para o estudo um total de 463 participantes tomaram 30 g de amido resistente diariamente por até quatro anos, e 455 indivíduos tomaram placebo. A dose utilizada foi equivalente a comer diariamente uma banana pouco madura. As bananas neste estágio resistem à quebra no intestino delgado, atingindo o intestino grosso e alimentando o microbioma. Os pesquisadores planejaram um acompanhamento de 10 anos e investigaram dados do Registro Nacional de Câncer do Reino Unido ao longo de 20 anos.

Não foram encontradas diferenças no número de casos de câncer colorretal. No entanto, menos participantes que receberam o suplemento desenvolveram câncer não colorretal em comparação com aqueles que tomaram o placebo. Estatisticamente foram 60% menos chances de serem diagnosticados com câncer não colorretal.

Os autores ainda precisam determinar exatamente como o amido resistente reduz o risco de câncer. Acredita-se que os microorganismos gastrointestinais produzem um ácido graxo de cadeia curta chamado butirato, que ajuda a parar o crescimento de células cancerosas induzindo sua morte.

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Bibliografia consultada:

Mathers JC; et al. Cancer Prevention with Resistant Starch in Lynch Syndrome Patients in the CAPP2-Randomized Placebo Controlled Trial: Planned 10-Year Follow-up.  Cancer Prevention Research, 2022.

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