Certamente você já ouviu falar que o intestino é nosso segundo cérebro e que há uma intensa comunicação entre eles. Em muitas patologias há um desequilíbrio da microflora intestinal e com isso o comprometimento dessa comunicação. Agora o que os pesquisadores estão elucidando é a co-relação entre o intestino e a inflamação. Em uma recente pesquisa publicada em janeiro/21 na renomada revista Nature, um grupo de cientistas descobriu que um tipo específico de astrócito, batizado como astrócitos LAMP1 + TRAIL + intensifica seu trabalho quando recebe um sinal molecular de uma bactéria intestinal.
As células cerebrais em forma de estrela, chamadas astrócitos, realizam uma ampla gama de serviços de manutenção no cérebro. Isso inclui o fornecimento de nutrientes às células nervosas e a regulação do desenvolvimento das células. Quando os astrócitos funcionam mal, no entanto, eles podem promover inflamação e neurodegeneração.
A pesquisa sugere que astrócitos defeituosos estão envolvidos em uma série de doenças neurodegenerativas, incluindo as doenças de Alzheimer e Parkinson.
Entender o que impulsiona a capacidade antiinflamatória dos astrócitos LAMP1 + TRAIL + pode permitir aos pesquisadores médicos desenvolver novos tratamentos para doenças neurológicas, como a esclerose múltipla, nas quais a inflamação desempenha um papel. A equipe já está investigando quais espécies probióticas podem regular as atividades anti-inflamatórias dos astrócitos para futuramente ser possível utilizar os probióticos ideais para tratamento de inflamação.
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Bibliografia consultada:
Sanmarco LM, et al. Gut-licensed IFNγ+ NK cells drive LAMP1+TRAIL+ anti-inflammatory astrocytes. Nature, 2021.