A ingestão moderada de cafeína tem sido associada à redução do risco de distúrbios metabólicos, além de apresentar alguns benefícios à saúde mental. No entanto, faltam pesquisas sobre seus efeitos sobre o hormônio tireoidiano, que desempenha um papel fundamental no metabolismo sistêmico e no desenvolvimento neurológico.
Para investigar os efeitos, pesquisadores chineses avaliaram dados do estudo National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) III 2007–2012 envolvendo 2.582 participantes. Os participantes foram divididos em três subgrupos com base em sexo, idade, índice de massa corporal (IMC), hiperglicemia, hipertensão e doença vascular cardiocerebral.
Os pacientes do grupo 1 apresentavam o maior IMC e eram de idade mais avançada. Além disso, esse grupo apresentava maiores taxas de hipertensão, hiperglicemia e DCV, mas, notavelmente, apresentava o menor nível de consumo de cafeína. No grupo 2 (n = 543), todos os participantes eram fumantes e 90,4% tinham o hábito de consumir bebidas alcoólicas. Esse grupo também teve o maior percentual de homens. Já o grupo 3 (n = 1.183) foi o mais metabolicamente saudável, com mais mulheres, idade mais jovem e IMC mais baixo. Nenhum participante desse grupo apresentava hiperglicemia, hipertensão ou doença vascular cardiocerebral.
Os autores puderam concluir que o consumo de cafeína foi correlacionado com o TSH sérico de forma não linear e, quando ingerida em quantidades moderadas (9,97–264,97 mg/d), a cafeína demonstrou uma correlação positiva com os níveis séricos de TSH em pacientes com distúrbios metabólicos. Os autores especulam que a cafeína poderia potencialmente afetar a atividade da tireoide, modulando a função hipofisária. São necessários estudos prospectivos para avaliar se o maior consumo de café realmente reduz o risco de doenças da tireoide.
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Bibliografia consultada:
Zheng J; et al. Relationship between caffeine intake and thyroid function: results from NHANES 2007–2012. Nutrition Journal, 2023.