No desenvolvimento de formulações de uso interno, principalmente nas formas farmacêuticas líquidas, faz-se necessário a escolha de um bom sistema conservante para garantir a qualidade do produto até o final do tratamento do paciente. Mas qual conservante escolher?
São 6 principais conservantes de uso interno, cada qual com suas peculiaridades. Reunimos para você as principais características de cada um deles para você escolher o melhor para sua formulação.
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Ácido benzóico e Benzoato de sódio
O Benzoato de sódio é o sal do ácido benzóico. Ambos possuem uma boa solubilidade em água e etanol e um bom espectro antimicrobiano, compreendendo bactérias gram-positivas, fungos e leveduras. Porém o grande incoveniente é sua limitação ao pH do meio, atuando apenas em pH ácido. Quando o pH está alcalino a molécula torna-se ionizada perdendo sua atividade. A tabela abaixo mostra de forma mais clara a atividade do ácido benzóico em função do pH:
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Ácido sórbico e Sorbato de Potássio
Conservantes também com uma boa solubilidade aquosa e um pH de estabilidade maior em meio ácido. Ambos possuem um espectro antimicrobiano para bactérias e fungos mas quase nenhum efeito sobre os microorganismos que produzem ácido láctico. Por isso, é muito comum fazer a associação de ácido benzóico ou benzoato de sódio com os sorbatos no intuito de ampliar o espectro antimicrobiano, principalmente contra leveduras e fungos.
Esses conservantes são incompatíveis com tensoativos não iônicos como o Tween 80, pois o tensoativo é capaz de formar micelas e sequestrar o conservante do sistema reduzindo sua ação. Essa característica pode ser observada para os demais conservantes, e na necessidade de uso de tensoativo na fórmula o ideal é aumentar a concentração do conservante.
Metilparabeno e Propilparabeno
O metilparabeno é indicado para ser usado na fase aquosa, enquanto o propilenoglicol na fase oleossa. Ambos são conhecidos pelo seu amplo espectro antimicrobiano e fácil manipulação. Porém, nos últimos anos seu uso tem sido bem criticado devido a estudos que mostram uma possível associação do acúmulo de parabenos no organismo com o desenvolvimento de certos tipos de câncer e infertilidade.