Uma interessante revisão realizada por pesquisadores brasileiros da Universidade Federal do Rio de Janeiro e publicada na revista Nutricion Hospitalaria, avaliou a relação entre os sintomas depressivos na gravidez e pós-parto com a deficiência de vitamina D.
A depressão gestacional afeta cerca de 10% a 15% das mulheres, e a depressão pós-parto varia de 5% a 20% em todo o mundo, enquanto no Brasil varia de 12% a 25%. Sintomas de depressão gestacional e pós-parto variam de falta de apetite a pensamentos de morte ou suicídio.
A literatura tem mostrado que a deficiência de vitamina D durante a gravidez pode afetar cerca de 84% do segmento materno-infantil, e que existe uma associação entre a deficiência e os sintomas de depressão. Há evidências que ligam a forma metabolicamente ativa de vitamina D (1,25 (OH) 2D) na ativação da expressão gênica para tirosina hidroxilase, uma enzima que regula a produção de vários neurotransmissores, como dopamina, adrenalina e norepinefrina, todos envolvidos na fisiopatologia do humor e seus distúrbios. Essas descobertas sugerem que a vitamina D pode minimizar os sintomas depressivos pelo estímulo dos genes que produzem os neurotransmissores.
Os pesquisadores analisaram oito artigos, compostos por 8.583 mulheres de sete países diferentes. Entre os artigos selecionados, seis encontraram associação entre a deficiência de vitamina D e a depressão gestacional e pós-parto. Considerando a coleta de dados, foi possível concluir que há uma provável relação entre deficiência de vitamina D e maior predisposição à depressão gestacional e pós-parto. Além disso, os pesquisadores concluiram que avaliar os níveis séricos de vitamina D e realizar uma suplementação quando necessário tem se mostrado uma estratégia promissora para reduzir o risco de sintomas depressivos durante o período gestacional e puerpério.
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Bibliografia consultada:
Ribamar A, et al. Relationship between vitamin D deficiency and both gestational and postpartum depression. Nutrición Hospitalaria, 2020.