Vários estudos mostram que danos às células hepáticas seja por inflamação, estresse oxidativo ou aumento do armazenamento de gordura no fígado, podendo levar a níveis elevados de enzimas hepáticas. Estudos epidemiológicos indicaram relações significativas entre essas enzimas e diabetes mellitus tipo 2, doenças cardiovasculares e mortalidade por doenças vasculares e não vasculares. Considerando que os radicais livres e a peroxidação lipídica podem reduzir os níveis de antioxidantes e, assim, tornar os hepatócitos susceptíveis ao dano oxidativo, a suplementação de Coenzima Q10 como um composto antioxidante com efeitos anti-inflamatórios, capaz de estabilizar e regenerar o sistema de defesa antioxidante do corpo, pode ser eficaz em uma variedade de doenças, incluindo doença hepática gordurosa não alcóolica e outras doenças que levam a níveis elevados de enzimas.
Uma recente revisão sistemática e estudo de meta-análise foi conduzido para estimar o efeito geral da suplementação de Coenzima Q10 nas enzimas hepáticas em estudos clínicos randomizados. O estudo apontou uma redução significativa após a suplementação com Coenzima Q10 nas concentrações séricas de alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST) e gama-glutamil transferase (GGT). No entanto, não foi encontrado efeitos significativos da suplementação de Coenzima Q10 na concentração de fosfatase alcalina.
Dessa forma, a suplementação de Coenzima Q10 mostra-se capaz de melhorar significativamente os níveis circulantes de ALT, AST e GGT; portanto, pode afetar positivamente a função hepática. Outros ensaios clínicos andomizados de alta qualidade com períodos de intervenção mais prolongados e tamanho de amostra maior são recomendados para confirmar os resultados.
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Bibliografia consultada:
Damaneh MS; et al. The effect of coenzyme Q10 supplementation on liver enzymes: A systematic review and meta-analysis of randomized clinical trials. Food Science & Nutrition, 2023.