A ligação entre a microbiota intestinal e a obesidade foi relatada pela primeira vez em 2006 por Jeffrey Gordon e sua equipe, onde observaram que o microbioma intestinal são diferentes entre pessoas obesas e magras, e que quando o obeso perde peso, sua população microbiana volta a ser semelhante a de uma pessoa magra. A partir desse achado, diversos trabalhos tentam propor uma combinação ideal de probióticos associados ou não a prebióticos (denominado de simbióticos) que poderia auxiliar os pacientes na redução de peso.
Com isso, um trabalho publicado na Frontiers in Nutrition mostrou que uma combinação simbiótica contendo 5 cepas de lactobacillus (Lactobacillus acidophilus, Lacticaseibacillus rhamnosus, Bifidobacterium bifidum, Bifidobacterium longum, Enterococcus faecium) junto com 625 mg de fruto-oligossacarídeo (FOS) e 400 mg de lactulose, levaram a redução no peso corporal e IMC em 61 crianças obesas, com idade entre 8 e 17 anos.
O objetivo do estudo randomizado duplo-cego controlado por placebo foi testar os efeitos do simbótico em medidas antropométricas, metabolismo da glicose e parâmetros lipídicos nas crianças obesas. Para isso, os participantes foram tratados com dieta padrão, aumento da atividade física e receberam uma vez ao dia um suplemento simbiótico por 12 semana.
No início não houve diferenças significativas. Os pesquisadores começaram observar os efeitos do simbótico apenas após as 12 semanas, com diminuição de 6% na circunferência da cintura , 2,4% na circunferência do quadril, 4% no peso e 5,1% IMC.
Os autores concluem que a suplementação de simbióticos em conjunto com dieta e exercício mostra-se uma estratégia eficiente de perda de peso na obesidade pediátrica.
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Bibliografia consultada:
Yildirim GK; et al. Effects of Multispecies Synbiotic Supplementation on Anthropometric Measurements, Glucose and Lipid Parameters in Children With Exogenous Obesity: A Randomized, Double Blind, Placebo-Controlled Clinical Trial (Probesity-2 Trial). Frontiers in Nutrition, 2022.