Modificar a microbiota intestinal pode ser um potencial alvo terapêutico para reduzir o armazenamento de energia dos pacientes. Existem estudos sobre o uso de probióticos e prebióticos como coadjuvante no tratamento da obesidade e efeitos na composição da microbiota, mas a maioria desses estudos foi realizada em faixas etárias adultas. A maioria dos estudos sobre os efeitos dos probióticos e simbióticos na obesidade estão relacionados com medidas antropométricas, parâmetros lipídicos e doença hepática gordurosa não alcoólica, existindo poucos estudos sobre os seus efeitos na composição da microbiota intestinal, especialmente em crianças.
Um ensaio randomizado duplo-cego controlado por placebo testou os efeitos de um simbiótico multiespécie [mistura de probióticos incluindo Lactobacillus acidophilus, Lacticaseibacillus. rhamnosus, Bifidobacterium bifidum, Bifidobacterium longum, Enterococcus faecium (total 2,5 × 10 9 UFC/sachê) e fruto-oligossacarídeos (FOS; 625 mg/sachê)] na composição da microbiota intestinal em crianças e adolescentes com obesidade por 12 semanas.
Após 12 semanas de intervenção, a relação Firmicutes/Bacteroidetes foi menor no grupo simbiótico do que no grupo placebo. Em comparação com o valor basal, observou-se um aumento estatisticamente significativo nos gêneros Prevotella e Oscillospira no grupo placebo. Já no grupo simbiótico, ao final da intervenção, um aumento nos gêneros Prevotella e Dialister foram observados.
Segundo os autores este estudo é o primeiro a avaliar a obesidade pediátrica e mostrar que um tratamento simbiótico está associado a alterações na composição da microbiota intestinal e à diminuição do IMC.
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Bibliografia consultada:
Yildirim GK; et al. Effects of synbiotic supplementation on intestinal microbiota composition in children and adolescents with exogenous obesity: (Probesity-2 trial). Gut Pathog. 2023.