A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica crônica que afeta o sistema nervoso central, levando a sintomas como fadiga e incapacidade física. Recentemente, um estudo trouxe novos insights sobre como a alimentação pode influenciar as trajetórias desses sintomas ao longo do tempo. Nesse texto vamos entender como a dieta e a suplementação pode fazer a diferença no dia a dia de quem vive com EM.
Fadiga e Incapacidade na Esclerose Múltipla
A fadiga é um dos sintomas mais comuns e debilitantes da EM. É descrita como um cansaço extremo que não melhora com descanso, impactando a qualidade de vida. A incapacidade, por outro lado, refere-se às limitações físicas que ocorrem conforme a doença avança. Monitorar a evolução desses sintomas pode ajudar a identificar intervenções que melhorem a condição do paciente.
O Estudo: Entendendo as Trajetórias
O estudo analisou dados de 839 pessoas com esclerose múltipla ao longo de cinco anos. Usando um modelo de trajetória baseado em grupo, os pesquisadores identificaram duas trajetórias principais para fadiga e incapacidade:
- Fadiga: 58% dos participantes foram classificados em grupos de fadiga baixa, enquanto 42% foram incluídos em grupos de fadiga alta.
- Incapacidade: A maioria, 85%, foi incluída em grupos de baixa incapacidade, e apenas 15% enfrentaram alta incapacidade.
Com base nesses resultados, o próximo passo foi investigar quais fatores poderiam prever em qual desses grupos as pessoas se encaixariam, especialmente no que se refere à alimentação.
Alimentação e Suplementos: O Que Funciona?
Os resultados do estudo destacaram o impacto de uma dieta de alta qualidade e do uso de suplementos na progressão da fadiga e da incapacidade na EM. Entre as principais descobertas, estão:
- Dieta de alta qualidade: Os participantes que seguiram uma dieta rica em vegetais, frutas e grãos integrais apresentaram menor risco de estar nos grupos de alta fadiga e alta incapacidade.
- Suplementos de ômega-3 e vitamina D: O uso de suplementos de ômega-3, presentes em alimentos como peixes e sementes, e de vitamina D, conhecida por seu papel na saúde óssea e imunológica, também foi associado a melhores trajetórias de fadiga e incapacidade.
- Evitar carne e laticínios: O estudo apontou que o consumo de carne e laticínios estava relacionado a um maior risco de estar nos grupos de alta fadiga e alta incapacidade. Isso sugere que uma redução no consumo desses alimentos pode ser benéfica para quem vive com EM.
Implicações Práticas para o Gerenciamento da EM
Esses resultados fornecem informações valiosas para o manejo da esclerose múltipla. Modificar a dieta e incorporar suplementos pode ser uma abordagem eficaz para melhorar a qualidade de vida de pessoas com EM. No entanto, é importante lembrar que cada caso é único, e qualquer mudança na alimentação ou uso de suplementos deve ser discutida com um profissional de saúde capacitado.
Conclusão
Embora a esclerose múltipla seja uma condição complexa e imprevisível, o estudo destaca que fatores modificáveis, como a alimentação, podem ter um impacto significativo na progressão dos sintomas de fadiga e incapacidade. Adotar uma dieta equilibrada e considerar o uso de suplementos pode ser um passo importante no cuidado diário para melhorar o bem-estar e gerenciar a EM de forma mais eficaz.