Dietas ricas em proteínas, como a dieta paleo, estão ganhando popularidade. E embora a dieta cetogênica, cada vez mais popular, seja mais anti-carboidratos do que pró-proteína, qualquer dieta que limite uma macro aumentará inerentemente as concentrações das outras. Estudos em animais e em humanos tem mostrado de forma consistente que dietas ricas em proteínas estão associadas a doenças cardíacas, com destaque para aterosclerose.
Segundo pesquisas, a ingestão de proteínas leva a um aumento de aminoácidos no sangue e, de alguma forma, um ou mais desses aminoácidos estimulam a ativação de monócitos – células inflamatórias. A inflamação causa aterosclerose e, eventualmente, doenças cardiovasculares. Um estudo recente publicado na renomada revista Nature buscou avaliar a relação da alta ingestão de proteínas com o risco cardiovascular e destaca a leucina como o principal aminoácido responsável por essa relação. Os autores descrevem um efeito limiar de alta ingestão de proteínas e consequentemente de leucina com ativação de monócitos/macrófagos, mas que apenas um excesso de proteínas (mais que 25 g por refeição) apresentaria a ativação de mTOR e efeitos funcionais.
Os dados demonstram o efeito adverso do excesso de proteína na dieta sobre o risco cardiovascular e alerta ao consumo equilibrado de macronutrientes dentro das dietas.
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Bibliografias consultadas:
Zhang, X., Kapoor, D., Jeong, SJ. et al. Identification of a leucine-mediated threshold effect governing macrophage mTOR signalling and cardiovascular risk. Nat Metab, 2024.