Adultos de 18 a 60 anos deveriam ter pelo menos 7 horas de sono todas as noites para promover a saúde e o bem-estar, recomenda a Academia Americana de Medicina do Sono. No entanto, dados mostram que mais de 30% dos adultos americanos não dormem o suficiente. No Brasil, esses números se apresentam ainda mais alarmantes, estima-se que mais de 60% dos brasileiros durmam menos de 7 horas por dia.
Estudos mostraram que má qualidade e sono limitado pode aumentar os riscos de distúrbios metabólicos, ganho de peso e obesidade. A falta de sono de qualidade também aumenta o desejo por alimentos ricos em calorias e ricos em carboidratos associados ao ganho de peso.
Pesquisadores da Universidade de Copenhague apresentaram suas descobertas no Congresso Europeu de Obesidade de 2022, destacando que adultos que não dormem o suficiente ou têm um sono de má qualidade após uma dieta, parecem ter menos sucesso em manter a perda de peso do que aqueles com sono suficiente.
Para o estudo, os pesquisadores avaliaram a qualidade e a duração do sono em 195 adultos com obesidade. Os participantes seguiram uma dieta restrita em calorias por 8 semanas, perdendo em média 12% do peso corporal.
Nos 12 meses seguintes, os participantes se comprometeram a receber um dos 4 tratamentos: 1) Injeção diária de placebo; 2) injeção diária de placebo e exercício; 3) injeção diária de 3 mg do medicamento para perda de peso liraglutida; 4) injeção diária de liraglutida e exercício
A qualidade do sono foi medida por um questionário usando o Índice de qualidade do sono de Pittsburgh (PSQI), onde uma pontuação de 5 ou mais indica sono ruim e abaixo de 5 sono bom.
Os pesquisadores descobriram que a qualidade do sono aumentou em 0,8 pontos no escore global do PSQI e a duração do sono aumentou em 17 minutos por noite após a dieta inicial de 8 semanas de restrição calórica.
A longo prazo, os adultos com obesidade que dormiam menos de 6 horas por noite ou tinham má qualidade do sono aumentaram seu IMC em 1,1 kg/m2. Em comparação, adultos obesos que alcançaram mais de 6 horas de sono de qualidade a cada noite reduziram seu IMC em 0,16 kg/m2.
Os pesquisadores descobriram também que os participantes mais ativos mantiveram a melhora da qualidade do sono relacionada à dieta em comparação com os participantes menos ativos.
Os autores destacam que os resultados do trabalho foram capazes de mostrar que sono e peso estão associados, mas ainda não é possível concluir se isso é causal. Porém, o exercício promove a manutenção de um bom sono. Assim, a melhor intervenção seria, portanto, fazer mais exercícios, melhorar o sono e, como consequência manter a perda do peso.
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Bibliografia consultada:
Disponível em Medical News Today. Traduzido e adaptado por Magistral Guide